terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Um tabule diferente: trigo, radicchi, tomates, queijo fresco, limão e gergelim

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Nas últimas semanas o calor é tão infernal que simplesmente perdi a vontade de acender o forno e, cá entre nós, até as bocas do fogão. Estamos vivendo a base de pão francês, frios, queijos, sanduíches recheados de saladas, frutas, sucos, iogurte e leite frio. Até me recordei dos últimos meses da minha gravidez em que passei na casa da minha mãe no Rio e não conseguia comer qualquer coisa cozida ou quente, ou morninha.

Estou morrendo de vontade de preparar biscoitos de natal para pendurar na minha árvore tropical mas nada de criar coragem e esquentar a barriga (e todo o resto da casa) no forno. Ao invés disto, já decidi que neste ano a ceia de Natal será refrescante e leve, nada de assados e molhos e sobremesas pesadas, afinal, aqui é verão, carambolas! Já tenho algumas idéias mas vou guardar para não estragar a surpresa de quem chegará na véspera e de vez em quando bisbilhota por aqui.

Para não dizer que estou subnutrindo meu pequeno em fase de crescimento, um dia preparei panquecas de frango com tomate e pimentas e noutro este tabule que é mais uma idéia do que uma receita, só para lembrar o quanto os grãos são versáteis.  

O preparo é simples, só basta lembrar de lavar bem o trigo para quibe e colocá-lo de molho na água por algumas horas. Eu deixei de molho de manhã e quando voltei do trabalho no fim da tarde escorri bem e juntei com as verduras que tinha em casa. Tomate é sempre uma boa pedida, por causa do suco. Além disto, acrescentei quijo fresco, que também acrescenta umidade ao trigo seco, radicchio, cujo amargor caiu muito bem e trouxe profundidade ao sabor. para temperar limão espremido, sal e pimenta moída na hora e, uma adição de última hora que enriqueceu todo o paladar do prato foi o gergelim preto torrado brevemente na frigideira.

Pepinos também caem muito bem, são bem suculentos, mas todos eles foram utilizados no preparo de um gazpacho, refrescante e infalível. deixo aqui a idéia :-)


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Ratatouille e as fofuras do meu quintal





A primeira vez que preparei Ratatouille foi logo depois que assiti ao filme homônimo e contei com a ajuda do meu pequeno, que nessa época estava com 8 ou 9 anos. Busquei a receita mais fiel à animação e já não me lembro onde encontrei :-(

O fato é que fizemos com o mesmo visual servido pelo Remy, o ratinho cozinheiro do filme (em rodelas espiraladas) e ficou super saborosa. Meu filho que quando mais novo só comia batata, ovo, pizza e macarrão, curtiu tanto a brincadeira que repetiu 2 vezes o Ratatouille, se deliciando com berinjelas, abobrinhas (que desde então é um de seus legumes favoritos) cebolas e tomates.

Ratatouille é um prato de origem provençal mas muito preparado na França toda, dizem que cada família tem sua receita e seu modo de cortar, temperar e servir. O que o caracteriza são os legumes citados acima, refogados ou assados em molho de tomate e temperado com ervas aromáticas frescas que juntas compõem o bouquet garni.

Nesta versão que servi sobre o meu spaghetti "à la hóstia", utilizei alecrim, tomilho, manjericão, orégano e louro, excetuando-se o último, todos frescos e colhidos do meu quintal. Puro orgulho. E estamos caminhando para que na próxima vez venham também de nossos canteiros as abobrinhas, berinjelas, cebolas e tomates. 

Por lá nossos verdes florescem no embalo das chuvas cada vez mais frequentes: alfaces, abobrinhas, jalapeños, pequenos figos e araçás, amendoim, espinafres e outros tantos crescem a cada minuto, assim como o novo integrante da família, Kiddo, o felino mais ousado, abusado e espevitado das redondezas, carinhosamente apelidado LPOS (Little Piece of Shit)! 





 Ratatouille

preparo: 15 min + 20 para refogar o molho de tomate + 30-40 min no forno.
rendimento: 2 porções grandes ou 4 como acompanhamento


Ingredientes:

Para o molho:

1 e 1/2 lata de tomate pelado;
2 cebolas picadas finamente picadas;
2 dentes de alho bem picadinho;
1 punhado de alecrim, manjericão, orégano e tomilho frescos, lavados e amarrados em feixe;
azeite, sal e pimenta do reino moída na à gosto

Para o ratatouille:

1-2 berinjelas;
2 abobrinhas médias;
3-4 tomates do tipo italiano ou rama (porque acho os mais saborosos, se preferir, utilize outro);
2 cebolas;



Preparo:

1. Pré aqueça o forno em 180ºC e enquanto ele esquenta faça o molho de tomate que aqui não tem mistério algum: refogue a cebola em um fio de azeite até amaciarem. Acrescente o alho e refogue até dourar. Junte os tamates pelados, o bouquet garni e refogue em fogo brando até os tomates se desfazerem e o caldo engrossar;

2. Acrescente o sal, experimente e ajuste se necessário. Desligue o fogo, retire o bouquet garni e bata rapidamente o molho no processador ou no passa verdura. reserve;

3. Corte os legumes em rodelas de 0,5 cm de espessura (se preferir antes de começar a fazer o molho corte as abobrinhas e a berinjela e disponha as rodelas sobre uma gradinha ou escorredor, salpique com sal e deixe por algunsminutos para soltar água. eu esqueci.) e, numa assadeira refratária, espalhe uma camada leve do molho de tomate.

5. Então disponha os legumes fatiados intercaladamente em forma de círculos, começando pelas beiradas. Cubra-os com o molho que restou na panela. Se preferir reserve 1/3 do molho para despejar no prato depois de pronto;

6 Regue tudo com um fio de azeite, salpique sal e pimenta do reino moída na hora, cubra com uma folha de papel manteiga cortada no formato da assadeira e leve ao forno para assar;

7. Asse até os legumes ficarem macios, porém al dente. Cheque após 15min e retire do forno quando atingirem a consistência almejada;

8. Com a ajuda de uma escumadeira ou espátula, retire cuidadosamente as rodelas em blocos, torcendo-as conforme as dispõem no prato de servir para formar um círculo menor.

9. Regue com o molho restante e coloque um ramo de manjericão ou alguma das outras ervas utilizadas no bouquet garni no topo para decorar.


sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Cheesecake com calda de pitanga para o meu Chéri



Quinta feira passada foi aniversário do Chéri e quis preparar este cheesecake (como sempre estreiando em alto risco) super mega blaster especial, feito com todo o carinho do mundo com o meu cream cheese caseirinho e, para dar um toque pessoal, tropical e refrescante, cobri com uma calda feita com as pitangas incrivelmente doces que colhemos na vizinhança uns dias antes.

Como foi uma comemoração meio que surpresa e na correria do meio de semana, preparei uma mesa bem simples e elegante para servir o cheesecake acompanhado de espumante, grissinis rústicos e muitas flores. Parti da cor da calda de pitanga para escolher os tons usados na decoração e deixo esta dica aqui para quem tem dúvidas nesta hora. Combinar a decoração com a cor do prato principal ou uma cor complementar pode criar um efeito sofisticado em elementos simples.

Este cheesecake não ficou doce nem enjoativo, tanto que consegui comer umas duas fatias consideráveis de uma só vez. De sabor suave e textura macia, combinou bem com a calda de pitanga, que adiciona  um sabor azedinho picante ao doce brando do cream cheese. Isto sem falar no potencial estético destas frutinhas que parecem moldadas no saco de confeiteiro (aliás não é à toa que um dos ornamentos mais delicados e utilizados na confeitaria é o bico pitanga!) e que, conforme as dispunha no doce me lembravam pequeninas lanternas chinesas.

Cheesecake com calda de pitanga

receita do blog Simply Recipes, e a calda meu improviso

tempo de preparo: 30min + 1h30 de forno + 8h na geladeira (vale a pena!)
rendimento: fiz meia receita e obtive um cheesecake de aprox. 17cm de diâmetro. Se fizer a receita inteira utilize uma forma de 23 cm com fundo removível ou de torta (aquela que abre nas laterais)

Ingredientes:

Para a base:
  • 2 xícaras de biscoito maria (utilizei de aveia e mel integral) moídos no processador (meça depois de moer), um pouco menos do que dois pacotes deve bastar.
  • 2 c. sopa de açúcar;
  • 1 pitada de sal;
  • 70 g de manteiga sem sal derretida (se utilzar com sal, omita a pitada) 

Para o recheio:
  • 900g de cream cheese em temperatura ambiente (cada xícara tem 225g de cream cheese, aproximadamente)
  • 1 1/3 xícara de açúcar cristal (270 g)
  • uma pitada de sal
  • 2 c. chá de extrato de baunilha
  • 4 ovos do tipo grande
  • 2/3 xícara de sour cream (160 ml) para fazer o sour cream é só medir a quantidade necessária e misturar uma colher de chá de limão espremido e aguardar 30 minutos para espessar.
  • 2/3 xícara de creme de leite fresco (160 ml)
Para a cobertura de calda de pitanga:


  • 2 xícaras de pitanga descaroçadas
  • 1 xícara de açucar cristal;
  • 1/2 xícara de água ou um pouco mais até dar o ponto de calda 
  • algumas pitangas para decorar

Preparo:

  1. Comece pela base. Pré aqueça o forno em 175ºC. Numa tigela grande misture o biscoito moído, o sal e o açúcar. Acrescente a manteiga derretida e misture bem, até obter uma forofa úmida, com consistência de areia molhada.
  2. Como o cheesecake será assado em banho maria e a forma deve ter o fundo ou o fundo e as laterais removíveis, é importante prepará-la para evitar que entre água e encharque a base. Proceda do  seguinte modo: embrulhe por fora o fundo da forma e as laterais com papel alumínio, com bastante cuidado para não rasgar. Repita a operação com outra folha de papel alumínio para garantir o isolamento. Dobre as sobras das laterais até a altura da forma e pressione esta camada de papel alumínio para o mais perto da forma possível;
  3. Agora que a forma já está preparada, forre o fundo da forma com esta farofa de biscoito, preenchendo toda a superfície e pressionando com um copo de vidro para aglutiná-la bem.
  4. Coloque-a cuidadosamente no forno para assar por 8-10 minutinhos (apenas o tempo suficiente para secar a base). Retire do forno, diminua a temperatura para 160ºC, e deixe a base esfriando enquanto prepara o recheio;
  5. Coloque o cream cheese na tigela da batedeira e bata em velocidade média por 4 minutos, ou até que fique macio e cremoso. Adicione o açúcar e bata por mais 4 minutos;
  6. Acrescente o sal e a baunilha, batendo a cada adição até incorporar. Adicione os ovos, um a um, batendo por mais 1 minuto a cada adição. Adicione o sour cream, bata até incorporar e finalmente adicione o creme de leite fresco, batendo até incorporar. Durante a adição dos ingredientes ocasionalmente raspe as laterais da tigela com uma espátula para certificar-se de não deixar qualquer gruminho na massa.
  7. Coloque a forma do cheesecake numa assadeira de beiradas altas. Despeje o recheio sobre a base, alisando a superfície com uma espátula. Complete até a metade da assadeira com água fervente para fazer o banho maria e cuidadosamente coloque a forma na grade inferior do forno.
  8. Asse por 1h30, ou até que o recheio esteja firme quando der uma chacoalhada bem leve no fogão. Desligue o forno e deixe o cheesecake esfriar lá dentro por aproximadamente mais uma hora, colocando uma colher de pau presa na porta do forno para permitir o esfriamento gradual. Este processo impedirá que o cheesecake rache.
  9. Quando totalmente resfriado cubra com papel alumínio e leve à geladeira por 8h, no mínimo, ou de preferência até o dia seguinte.
  10. Prepare a calda de pitanga. Junte numa panela em fogo médio as pitangas descaroçadas, a água e o açúcar e mexa até que o açúcar dissolva e a mistura engrosse, adquirindo a aparência de uma geléia grossa. Se necessário diminua o fogo para não queimar. 
  11. Retire esta polpa da panela e passe na peneira, descartando ou reservando a polpa para outro uso e devolvendo o liquido coado para a panela.  
  12. Em fogo médio aqueça este caldo e acrescente um pouco mais de água até obter a textura de calda desejada. Lembre-se que a calda endurece depois de resfriada e imagine o ponto ideal para despejá-la sobre o cheesecake sem danificar a superfície (o que aconteceria se estivesse muito grossa), mas também não muito líquida para não escorrer tudo pelas beiradas e não formar aquela superfície espelhada.
  13. Quando a calda esfriar cubra toda a superfície do cheesecake com a calda e devolva a geladeira para resfriar.
  14. Agora a montagem: Instantes antes da hora de servir retire o cheesecake da geladeira e todo o alumínio que está em volta. Raspe as laterais da forma com uma faca de ponta afiada e desenfome cuidadosamente no prato de servir;
  15. Decore o cheesecake com as pitangas reservadas da maneira que preferir e sirva gelado.










segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Tudo feito em casa: cream cheese, pão de forma e comida japonesa também!







Voltando com cream-cheese, numa versão expressa que quebra o maior galho, ao menos por enquanto. Já explico.

Antes uma breve nota sobre o sumiço.

Novembro voou, escapei da cozinha em viagens curtas nos feriados e, no lugar de editar e publicar minhas aventuras culinárias, estive priorizando o tempo com o Chéri, já que ele partiu no último sábado para uma viagem incrível e super merecida pela Itália (lamentavelmente não pude acompanhá-lo) e só volta às vésperas do Natal.

Suspiros, saudades e espírito atento para não permitir a entrada do monstrinho verde chamado inveja que anda rondando a minha porta. Daria um dedinho mindinho, juro, para estar lá!

Escolhas responsáveis, não é isto que os adultos fazem?? Coisa mais sem graça!

Mas vamos lá, rabugices à parte, um mês há de passar rápido e nesse tempo tenho muitas idéias de como aproveitá-lo... retomando o Projeto Madonna versão verão 2013, por exemplo, e promovendo by myself pequenas melhorias na casa. Além disto, obviamente, tenho uma lista imensa de receitas para testar e pretendo mimar meu pequeno adolescente que daqui a pouco também sai de férias e ruma para o sul.

Voltando ao cream-cheese, esta receita encontrei na internet, a mais simples de todas: só leite, limão, iogurte e creme de leite fresco, se quiser uma versão mais cremosa. Poucos ingredientes e preparo rápido: em 2h está pronto, maravilha! Consistência pastosa, perfeita para espalhar sobre este pão divino do Dan Lepard que fiz semana passada, com a  receita publicada e traduzida pela Ana, do blog La Cucinetta.



  O sabor? Bom, aqui reside minha dúvida: é bem suave, com um fundinho delicado de limão. Como não costumo comprar cream cheese em supermercado nem lembro do gosto que tem. E isto me deixa em desvantagem para dizer se o que fiz é bom mesmo.

Mas uma coisa posso dizer: O sabor é bem neutro e aceita muitas adições, doces ou salgadas, à gosto do freguês.

Estreei o meu cream cheese adicionando um pouco de creme de leite fresco, sal e cebolinha bem picada, para utilizar no recheio de temakis e sushis (receitas prometidas, ok?) que fizemos para a alegria do meu filhote e seus amigos.




Algo me diz que este cream cheese está mais para um meio caminho da ricota, mas, como disse por enquanto quebra o maior galho, até porque não sei o quanto é diferente do cream cheese de supermercado, e também não estou afim de comprar para provar... é cheio de porcarias espessantes e conservantes... Não posso garantir se o sabor corresponderá a suas expectativas, pois puro ele é bastante sem graça. Mas para acrescentar temperos e usar com pastinha é excelente, isto eu garanto!


Cream Cheese expresso

tempo de preparo: 20 min + o tempo de soragem (30min a 4h, dependendo da consistência almejada)
rendimento: 1 xícara para cada litro de leite; multiplique os ingredientes para aumentar a receita


Ingredientes:

  • 1 litro de leite integral, cru de preferência (que é aquele tirado da vaca sem qualquer processamento). Aqui o importante para dar textura e sabor ao cream cheese é o percentual de gordura,e pouco processamento, por tornar mais fácil a separação do soro;
  • 1/4 xícara de creme de leite fresco, opcional
  • 1,5 colher de sopa de limão (ou duas de vinagre) mas recomendo o limão porque eventualmente pode restar um pouco do sabor.
  • 2 c. sopa de iogurte natural integral

Preparo:

1. Na panela maior e mais larga que tiver despeje o leite e o creme de leite se estiver usando e deixe ferver;

2. Assim que levantar fervura junte o suco de limão, com o fogo ainda aceso. Mexa com um colher de pau, até o leite talhar, formando grumos que se separam do soro. Este processo demora aproximadamente uns 5 minutinhos, mas, quando perceber que novos grumos não estão se formando e o soro está bem ralo, desligue o fogo;

3. Despeje o conteúdo da panela num coador bem grande ou no escorredor de massas, descartando o soro. Lave bem os grumos em abundante água fria, para retirar o sabor do limão ou vinagre que vc utilizou;

4. Num processador de alimentos ou liquidificador, despeje o iogurte e os grumos lavados. Bata até homogeneizar, obtendo uma massa lisa e cremosa;

5. Verta esta massa num coador forrado com um panimho bem fino com uma vasilha embaixo e deixe sorar até atingir a consistência almejada. Eu utilizo uma touca de cozinha descartável e deixo apenas 30 minutos sorando;

6. Tempere a gosto (com mel, sal, açucar baunilhado, bata com frutas, misture temperos frescos ou secos, pimenta, sal, raspas de casca de limão... infinitas possibilidades... ) e, para uma textura mais cremosa, acrescente um pouco mais de creme de leite fresco, misturando bem uma colher ou garfo;

7. Refrigere em um recipiente bem fechado, antes ou depois de temperá-lo, por até 5 dias.





quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Pizza de cream cheese, espinafre e rabanete e as minhas escolhas de receitas



Apesar da combinação aparentemente esdrúxula, esta pizza despretenciosa que preparei para o almoço de um sábado atribulado ficou tão boa que resolvi compartilhar. Mais uma vez, os ingredientes foram salvos da minha geladeira, ao invés de eleitos e adquiridos especialmente para este fim. E isto me fez observar que este é o meu processo culinário.

Raramente vejo uma receita em algum livro ou na internet e saio correndo para comprar os ingredientes  necessários para prepará-la. É improvável que me depare com uma receita de torta de pêras, avelãs e chocolate, por exemplo, e resolva fazê-la simplesmente pelo fato de parecer deliciosa e irresistível.

Meus ímpetos de gula são de sabores: vontade louca de comer espinafre, abóbora, pêssego, melancia, doce de leite, camembert... que quando adquiridos não estão predestinados a isto ou aquilo.  Às vezes comê-los puros ou em preparos bem simples basta, mas se não, aí sim começo a procurar receitas nos meus parcos livros e vastos blogs. E neste processo um índice remissivo se torna a coisa mais prática do universo!

Na escolha da receita levo em conta se possuo todos os ingredientes em casa. Se não, a possibilidade de adaptá-la com o que tenho. Por último recorro a uma compra de última hora.

Não que isto seja uma regra sustentada por convicções firmes, até porque não presto para propagar hábitos e doutrinas inabaláveis. É uma tendência que neste momento achei curioso perceber e é capaz de explicar porquê diabos alguém come uma pizza de espinafre e rabanete.





Pois bem, era o que tinha em casa, fruto dos desejos da semana, clamante por aproveitamento urgente. Fiquei num impasse que durou meia manhã nos meus pensamentos: torta ou pizza, torta ou pizza, torta ou pizza, tic tac, tic tac...  Venceu a opção mais rápida da base ;-)

O espinafre na manteiga reinou absoluto, nadando de braçada em seu leito macio de cream cheese. O rabanete, honestamente, contribuiu mais para o visual do que agregou sabor, embora uma leve e benvinda crocância se fazia sentir nas mordidas premiadas com suas finíssimas rodelitas.

Pizza de cream cheese, espinafre e rabanete

rendimento: 1 pizza redonda de aproximadamente 30 cm de diâmetro

tempo de preparo: 40min + 10 min de forno

Ingredientes para a massa rápida La Cucinetta (reduzi pela metade e obtive um disco fino de aproximadamente 35 cm de diâmetro)

200g de farinha de trigo;
125ml de água em temperatura ambiente;
2,5g de fermento biológico seco (1/4 c. chá);
1 pitada de sal;
1 pitada de açúcar;
1 fio de azeite;

Ingredientes para a cobertura (tudo meio no olho, pois fiz com as quantidades que tinha na geladeira):

1/2 maço de espinafre, somente folhas, cortadas em tiras;
4 rabanetes pequenos, cortados em rodelas bem finas;
3/4 xícara de cream cheese (o meu fiz em casa, estreando esta receita);
1 cebola cortada em rodelas;
1 c. sopa de manteiga;
sal,pimenta e azeite a gosto;


Preparo:

1. Pré aqueça o forno na temperatura máxima e comece a preparar a massa. Numa tigela grande despeje a farinha e faça com a mão um buraco no centro. Neste buraco despeja o fermento, sal e açucar. Verta a água, regue um fio de azeite e deixe tudo como está por 5 minutos;

2. Comece a misturar a massa com uma espátula e, assim que a consistência permitir, verta a massa numa superfície enfarinhada e sove por alguns mitutinhos, até ficar macia e elástica. Forme uma bola, enfarinhe, cubra com papel filme e deixe descansar por 15 minutos;

3. Enquanto isto, prepare o recheio. Refogue o espinafre na manteiga (junte um fiozinho de azeite na manteiga para não queimá-la) até as folhas ficarem macias mas ainda firmes. Junte uma pitada de sal e pimenta do reino. Desligue o fogo e reserve;

4. prepare o cream cheese, acrescentando se necessário, algumas colherinhas de creme de leite ou iogurte para ficar numa consistência melhor para espalhar sobre a massa. Se quiser pique umas cebolinhas ou outro tempero e misture no cream cheese. (Como o meu cream cheese era caseiro e de consistência mais firme, misturei algumas colherinhas de iogurte, sal, pimenta e bati com um mixer de mão até ficar bem cremoso) Reserve;

5. Enfarinhe novamente sua mesa de trabalho e abra a massa com a ajuda de um rolo também enfarinhado. (Eu gosto da massa bem fininha e costumo abri-la até 0,3 mm de espessura). Polvilhe sua assadeira com farinha de filho em flocos (para evitar que grude e ficar mais fácil de retirá-la da forma para servir) e transporte o disco que abriu para lá. Para evitar danos na massa, costumo dobrá-la em quartos e depois abri-la novamente na forma;

6. Agora a montagem: espalhe o cream cheese diretamente na massa, deixando uma sobra de 1 cm nas beiradas. Com um garfo, vá espalhando o espinafre, escorrendo eventual água do refogado. Espalhe as rodelinhas de rabanete, regue com um fio de azeite e um pisco de pimenta do reino moída na hora. Faça bordas finas, enrolando a massa na beirada que vc reservou.

7. Coloque rapidamente a pizza na grade mais baixa do forno e asse por uns 5-7, apenas o suficiente para a massa secar e ficar levemente crocante.




segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Torta de limão sem firula para superar um brownie esquisito



Vamos lá, com a mesma velha introdução: outro dia uma beterraba estava já com ares de "estou passando do ponto e você não vai fazer nada comigo?" e eu estava sem vontade de utilizá-la em alguma salada. Então lembrei de uma receita que vi há um tempão de brownie com beterraba e esta me pareceu uma combinação promissora, tal qual encontrei no bolo de chocolate e abobrinha.

Mas contrariando todas minhas expectivas, foi um belo fiasco! Os brownies ficaram secos, sem doce algum e só dava o gosto da beterraba. Meu filho foi quem provou o primeiro pedaço e disse com cara de quem chupou limão azedo: o que tem aí? Beterraba? Ah! Não acredito mamãe! Você fez um brownie de beterraba!? Ficou horrível!

Fui conferir o julgamento do pequeno e realmente estava intragável. Tudo bem que eu deixei um pouco mais tempo no forno do que deveria, mas além de ressecados, só restava um gosto pobre de beterraba, sem a doçura e suculência peculiares. Além disto, nem cheiro nem sabor de chocolate e pecãns.

E o primeiro pensamento acalorado que me veio na cabeça foi como eu fui cair na onda da maldita lhama bicho grilo que inventou esta receita para amenizar a culpa de oferecer chocolate para os filhos!

Em seguida lamentei os meus preciosos ingredientes desperdiçados: manteiga de primeiríssima, gotas de chocolate belga que quase se acabaram e um bom punhado de pecãns. Tudo para o lixo...

Quando recuperei a calma fiz as pazes com a moça da receita porque o blog dela é ótimo, já testei outras receitas suas que foram super bem sucedidas e saborosas e, talvez, as beterrabas de lá não sejam como as daqui...

 :-p (não acreditei nisto, só para constar). Mais provável um erro de proporções na publicação da receita, agravado pela má execução da receita (tempo demais no forno).

Quando me refiz do fracasso preparei esta torta de limão sem firula e pretensões inovadoras e surpreendentes. Não segui nenhuma receita, só direcionei meu raciocínio para o mais simples e garantido que existe no reino da culinária brasileira: biscoito e manteiga para a base, leite condensado e limão espremido para o recheio, cobertura de suspiro.

Básica.
Óbvia.
E uma delícia!






Torta de limão com cobertura de suspiros
das minhas notas mentais

tempo de preparo: 30 min + 2h na geladeira para firmar
rendimento: 3 tortas de aproximadamente 12cm de diâmetro

Ingredientes

Para a Base:
  • 3/4 pacote de biscoito maizena;
  • 1/3 pacote de bisvoito integral de aveia e mel;
  • 50g de manteiga derretida;
Para o Recheio:
  • 1 lata de leite condensado;
  • 1-2 limões espremidos (usei tahiti, mas use o de sua preferência);
Para o suspiro:

  • 2 claras;
  • 1 c. sopa de açucar (usei de confeiteiro);
  • 1 pitadinha de sal;

Preparo:

  1. Comece pelo recheio. Misture o limão espremido com o leite condensado até homogeneizar (a quantidade de limão é uma sugestão, aumente ou diminua conforme queira um sabor cítrico mais ou menos pronunciado). Cubra com papel filme e leve à geladeira enquanto prepara a base e o suspiro;
  2. Pre-aqueça o forno (15 min. são sufucientes) em 180ºC. No processador de alimentos ou liquidificador, triture os biscoitos até obter uma farofa fininha. Coloque esta farofa numa tigela grande e despeje a manteiga derretida aos poucos sobre ela. A textura final deve ser de areia molhada, a qual quando apertada entre os dedos forma uma massa que não esfarela. Se necessário acrescente um pouco mais de manteiga;
  3. Cubra o fundo e as laterais da forma de torta com esta base de biscoitos, apertando bem com as mãos ou com a ajuda de um copo.
  4. Asse por uns 10-15 minutos, apenas o necessário para a manteiga secar um pouco;
  5. Retire do forno, mas mantenha-o ligado, abaixando para a temperatura mínima. Deixe a base esfriando enquanto prepara a cobetura de suspiros;
  6. Na tigela da batedeira bata em velocidade baixa as claras até formarem picos moles. Acrescente o açúcar , o sal e aumente a velocidade para média. Bata até obter picos firmes;
  7. Agora é só montar a torta. Distribua o recheio que está na geladeira sobre as bases, alisando com uma espátula a superfície. À colheradas ou com um saco de confeiteiro, cubra o recheio com o suspiro. Para fazer os picos 'encrespados', (caso não utilize o saco de confeitar) encoste um garfo na posição horizontal na cobertura de suspiros e levante-o, puxando a cobertura. Repita o movimento por toda a área coberta;
  8. Leve a torta para assar em fogo baixo, apenas até o suspiro ficar dourado, aproximadamente 20 min, no meu caso. 
  9. Refrigere por 1-2h ou até o momento de servir.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Paté de fígado de Halloween, só porque é com abóbora!





Há muito tempo venho ensaiando preparar com minha mãe uma receita de família de paté de fígado de galinha. Lembro que quem fazia era uma amiga da minha avó e ele vinha desenformado à mesa. Por cima tinha uma espécie de gelatina translúcida e amarelada, com o gostinho do paté e qualquer coisa com um fundinho de caldo de frango... deliciosa!

Mas numa tarde desta semana em que saí mais cedo do trabalho para cuidar de uma indisposição do meu filho, dei o maior balão na minha mãe, nos planos de reproduzir a receita tradicional de família e resolvi, de supetão, executar uma receita que encontrei aqui, numa busca que começou com "growing vegetables at home" e já nem me lembro como cheguei ao paté, mas enfim, o que me seduziu na receita foi a abóbora e a possibilidade de substituir o cream cheese pelo  meu iogurte grego mosquiabundo na geladeira.

Foi a primeira vez na minha vida em que manuseei uma víscera e o fiz numa mistura de asco e fascínio pelos nacos tintos e escorregadios, que após as pequenas incisões feitas para retirar-lhes o filamento de gordura pareciam regenerar-se num gigante e único fígado amalgamado.

Muito estranho.

Após esta etapa tudo transcorreu rapidamente e sem tensão. Ao contrário do que imaginava, este paté é feito em pouquíssimas etapas e, depois de refogado o fígado e assado a abóbora, é só bater todos os ingredientes no  liquidificador, temperar, refrigerar e servir após 2h. Fantástico!

Pela lembrança da infância resolvi enformá-lo, mas não é necessário.  Pode servi-lo num ramekin, polvilhado com paprika ou pimentas moídas na hora (este paté vai muito bem com pimenta), acompanhado de torradinhas, grissini e pãezinhos rústicos.Ou ainda, para quem quiser dar um tom de Halloween, sirva aos seus convidados guarnecido com abóboras e outros legumes assados, que inclusive ficam uma delícia com uma colherada do paté por cima (e suas amigas/amigos de dieta low-carb ou gluten-frre vão adorar!). Outra idéia: sirva o paté em mini morangas, para um estilo Jack'O Lantern ;-)

O sabor do fígado é bem pronunciado e a abóbora quase não se sente, contribuindo para uma cor mais quente do paté ( e talvez um pouco adocicada). Este foi o primeiro paté de fígado que fiz e há muito tempo não como aquele das festas de adulto da minha infância, portanto, não tenho muito com o que comparar, só sei que achei uma delícia. Talvez um pouco mais de pimenta, como sugeriu um colega do trabalho. Ou com um pouco de mostarda que não vai na receita original, mas minha mãe disse que combina bem.

Ah! Ia esquecendo, esta receita rende um bocado que saí distribuindo paté de fígado... no trabalho, para uma amiga levar para casa... Mais acostumados com meus quitutes doces, alguns acharam estranho, mas quem provou gostou!


Paté de fígado de galinha e abóbora assada

minimamente adaptado do blog Greedy Gourmet

tempo de preparo: 50 minutos (já incluído o tempo para assar a abóbora) + 2h-3h de geladeira
rendimento: aproximadamente 2 formas pequenas de bolo inglês
Ingredientes: 


  • 600-700g de abóbora cabotiã
  • 400g de fígado de galinha, limpos e sem filamentos brancos de gordura;
  • 1 cebola média, picada em cubinhos;
  • 1-2 dentes de alho amassados;
  • 1 c. sopa de azeite;
  • 225g de cream cheese (eu utilizei iogurte natural caseiro);
  • sal, noz moscada e pimenta do reino moída a gosto;
  • paprika (ou pimenta calabresa em flocos) ou manteiga derretida para decorar;
Preparo:

1. Pré aqueça o forno em 220ºC. Corte a abóbora em quartos e retire as sementes. Coloque os quartos com a casca para baixo numa assadeira . Tempere com um fio de azeite, sal e pimenta do reino moída, a gosto. Asse por 40 minutos ou até que a polpa esteja bem macia. Retire do forno e reserve para esfriar;

2. Enquanto a abóbora assa, refogue o fígado. Aqueça um fio de azeite numa frigideira grande, adicione a cebola picada e cozinhe até amaciar;

3. Adicione o alho e o fígado de galinha. Cozinhe em fogo alto por 3-4 minutos, ou até que o fígado esteja cozido por dentro e um pouco dourado por fora. (eu demorei uns 10 minutos para chegar neste aspecto). Remova do fogo e deixe esfriar;

4. Despeje o iogurte (ou o cream cheese) no copo do lquidificador e adicione o fígado refogado e a polpa da abóbora (que vc vai tirar da casca com uma colher). Bata até homogeneizar;

5. Acerte os temperos, adicionando pimenta, noz moscada, um pouco mais de sal se necessário ou mostarda se quiser.

6. Transfira o paté para os ramekins, ou para as mini abóboras e acerte a superfície com uma espátula. Refrigere por 2h e então sirva, salpicado de paprika (eu não tinha então usei pimenta calabresa).

Para enformar:

Se preferir enformar, revista uma forma pequena de bolo inglês com papel filme, deixando uma sobra para içar o paté depois de firme. Despeje o paté sobre a forma preparada, acerte com uma espátula e cubra com uma camada de papel filme. Leve à geladeira por 3h ou o tempo suficiente para o paté firmar.

Retire cuidadosamente o paté segurando pelas sobras laterais de papel filme até removê-lo da forma. Imediatamente vire-o no prato ou travessa de servir. Decore com a pimenta calabresa ou a páprika e algumas fatias de abóbora assadas com a casca, como fiz. 

Para armazenar:

Uma dica  da Michelle do blog GreedyGourmet, que publicou a receita: para armazenar por mais tempo na geladeira tranfira o paté para um pote de vidro (bem limpo e melhor se esterilizado) com tampa, deixando 1 dedo até a boca. Derreta um pouco de manteiga, retire a espuma e 'sele' o vidro com 1 dedo de manteiga. Tampe e guarde na geladeira por até 1 semana.

domingo, 28 de outubro de 2012

Melancia em três idéias refrescantes com hortelã



Nos meus hábitos alimentares, melancia é a fruta refrescante por excelência: suculenta, leve, doce e geladinha, pois sempre costumo colocá-la na geladeira após a compra.

Assim que aberta já corto tudo em pedacinhos o mais próximo de pequenos triângulos que eu puder, por pura vontade estética mesmo. Com o calor abafado de um desses fins de tarde, o Chéri se lembrou de um suco que aprendeu a fazer assistindo a novela "Top Model" lá pelos idos anos 80, só porque era o preferido da personagem da Malu Mader, que, segundo me confidenciou, era sua musa adolescente (risadinha no estilo perco o marido mas não perco a piada!).

O que sobrou do suco virou picolé que não funcionou direito mas imerso numa dose de gin e várias pedras de gelo virou um drink ótimo e viciante. Dos triangulinhos tão bem delineados surgiu a idéia de cortá-los em formatos fofinhos e servir com queijo fresco que começava a dar bobeira na geladeira.

Três idéias refrescantes e facílimas de fazer!

Suco de melancia com hortelã

No liquidificador despeje a melancia cortada, algumas folhas de hortelã fresca, uma bandeja de gelo e comece a bater. Vá acrescentando água aos poucos até atigir a textura de sua preferência, mais ou menos densa.

Aperitivo de melancia, queijo branco e hortelã

Utilize seus cortadores de biscoito preferidos para desenhar formas na melancia e no queijo branco, alternando quem fica por cima e por baixo. Coloque uma folha de hortelã (ou manjericão) por cima e espete tudo com um palitinho de madeira ou outro acessório mais elegante, se tiver. Uma opção é regar um fio de mel ou néctar de agave e moer um pouco de pimenta do reino branca para finalizar. Sirva geladinho.

Drink de melancia, gin, agua tônica e hortelã

O que sobrou do suco do chéri fiz picolés, apenas preenchendo as minhas forminhas e levando para gelar. Acontece que a polpa da melancia se separou da água e não ficou muito agradável. Problema resolvido com este drink, em que se coloca gelo, 1 dose de gin e 2 dedos de água tônica no copo e depois mergulha o picolé. Depois de alguns minutos o picolé se incorpora no drink e vai lhe dando sabor, super refrescante!


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Couscous pervertido: quinoa, bacon, cenouras e beterrabas para tirar a pecha de comida natureba.



Comentei neste post que havia feito este couscous num almoço de fim de semana e além de colorido, ficou estupendo com os cubinhos suculentos de bacon em meio à doçura das cenouras levemente assadas e das beterrabas parcialmente cozidas de textura crocante.

A idéia de adicionar bacon foi para ganhar o apetite do pequeno adolescente que come até casca de parede, se servida com bacon. E para este propósito a idéia foi um absoluto sucesso, com repeteco até às raspas da cumbuca como testemunho.

Mas o engraçado é que à despeito da esparrela, a combinação um tanto inusitada do bacon neste prato emblemático da "culinária do bem" foi fantástica. Além de subverter para sempre a idéia do (ou da?) quinoa como símbolo do grão saboroso, benéfico e de alto valor nutritivo utilizado em pratos naturebas de gente vegetariana que se alimenta bem, me dei conta de que ele é bem mais versátil do que supunha, caindo muitíssimo bem no papel de grão sem vergonha que transita com malandragem entre a leveza dos legumes, frutas e folhas coloridas e a densa e condenada atmosfera das gorduras saturadas.

Refeição colorida, nutritiva e cheia de sabores. Recomendo com ou sem bacon, para apetites mais ou menos exigentes e disciplinados.


Couscous de quinoa com cenoura, beterraba, bacon e cebolinha

Tempo de preparo: 30 min.
rendimento: 2-3 porções  + o tempo de cozimento da beterraba


Ingredientes:

1/2 xícara de quinoa em grão;
1 cenoura sem casca cortada em palitos;
1 beterraba média-grande cozida al dente e cortada em palitos;
bacon à gosto cortado em cubinhos (eu utilizei aproximadamente 2 c. sopa);
um bom punhado de cebolinha (utilizei uns seis talos) cortados em fatias finas;
1 fio de azeite;
sal e pimenta do reino moída na hora à gosto;

Preparo:

1. Pré-aqueça o forno em 200ºC e cubra uma assadeira pequena com papel alumínio, deixando uma sobra para cobrir as cenouras. Regue com um fio de azeite o papel alumínio e disponha a cenoura já cortada em palitos sobre ele. Salpique um pouco de sal e pimenta do reino moída da hora, cubra com a sobra do alumínio e asse por 10 -15 minutos ou até que a cenoura fique al dente; 

2. Cozinhe os grãos de quinoa numa panelinha com água 1 dedo acima do nível dos grãos durante uns 15 minutos tb, ou o suficiente para os grãos amolecerem, mantendo uma certa resistência ao morder; Escorra os grãos numa peneira e reserve;

3. Enquanto os grãos cozinham e a cenoura assa, corte o bacon em cubinhos, a beterraba em palitos e a cebolinha em fatias finas;

4. Quando a cenoura e o quinoa estiverem prontos regue com um fio de azeite uma frigideira de fundo pesado e beiradas altas (ou uma panela de tamanho suficiente para misturar todos os ingredientes e preparar o couscous) em fogo médio e quando o azeite estiver quente despeje o bacon.

5. Doure o bacon durante alguns minutinhos e então despeje os grãos de quinoa, mexendo sempre para não grudar no fundo da panela. Abaixe um pouco o fogo se necessário.

6. Acrescente os palitos de cenoura e beterraba e misture até tudo ficar bem incorporado;

7. Prove e acerte o sal e a pimenta. Por último, acrescente a cebolinha, dê algumas mexidas e desligue o fogo.

8. Sirva imediatamente e não se preocupe se esfriar porque continua uma delícia mesmo depois de frio!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Muffins de esposa e mãe abnegada: chocolate, gotas de chocolate e geléia de pêssego




E no quarto dia da dieta era sábado: o dia de fazer bolo. Estava tão determinada a não enfiar o pé na jaca logo na primeira semana que preparei todo o muffin sem dar uma provadela sequer na massa, ou beliscar os ingredientes, como invariavelmente costumo fazer.

O meu plano era comer só no dia seguinte, no café da manhã,  usufruindo sem culpa do meu doce semanal, mas o primeiro sinal de que não conseguiria esperar tanto foi o aroma estonteante que invadiu a cozinha, a sala, a casa toda e até a calçada porque o Chéri que estava chegando entrou todo entusiasmado, indagando o que eu estava aprontando que dava para sentir o cheiro lá da rua.

Fiz estes muffins facílimos numa piscada e os servi como sobremesa do almoço, ainda um pouco mornos porque eles não puderam esperar. Meu filho não deu muita bola o que compreendi porque é um doce de paladar mais adulto (chocolate amargo e cacau em pó) e, além disto, ele acabara de chagar de uma viagem de duas semanas  nutridas à base de hambúrguer, cachorro quente, refrigerante, chocolates, balas e todo o arsenal de junkie food que só os EUA podem oferecer!

Mas o Chéri pirou no bolinho e comeu dois de uma só vez, contrariando seu apetite comedido para sobremesas. Aí tem, pensei. O trem deve ser bom. Foram elogios tão rasgados que se viessem de qualquer outra pessoa poderia interpretar como provocação, só porque resistia em guardá-los para a manhã seguinte. Este foi o segundo sinal.

Então a tarde passou e no meio dela resolvi fazer um café forte. E o terceiro e avassalador sinal veio retumbante na fumaça do pó do café ao toque da água quente. Me rendi ao aroma peculiar que me enebria há décadas e é comparsa nas minhas doces perdições.  Sem pestanejar decidi que comeria o muffin naquele momento e calmamente sentei-me à mesa contemplando o exterior da casa, bebericando o café e petiscando vagarosamente o bolinho... sentindo as texturas na boca e aproveitando cada bocado como se fosse o último... até a semana seguinte. 

A massa fica bem leve e aerada, não muito doce. A geleia abrandou e afundou um pouco durante o cozimento, produzindo um contraste interessante de sabor e textura. Realmente, estes muffins ficaram sofisticados e superaram minhas expectativas em relação à receita.

Se preferir um paladar menos exigente substitua as gotas de chocolate amargo por chocolate ao leite, ou também o cacau em pó por chocolate do frade. O bolinho é melhor consumido no dia ou até o dia seguinte, depois a massa vai adensando, umedecendo e perde toda a bossa característica dos muffins, que é sua textura flocada.  



Muffins de Chocolate, gotas de chocolate e geleia caseira de pêssego


receita ligeiramente adaptada do livro Cozinha Passo a Passo -Confeitaria


tempo de preparo: 20 minutos de preparo + 15-20 minutos de forno
rendimento: 09 muffins


Ingredientes:


  • 90g de farinha de trigo;
  • 20g de cacau peneirado;
  • 8 colheres de sopa de açúcar;
  • 2 ovos;
  • 1 c. café de fermento químico;
  • 75 ml. de leite;
  • 90 g de manteiga derretida morna;
  • 50g de chocolate amargo picado ou em gotas;
  • 1 c. chá bem cheia de geléia de pêssego (ou outra de sua preferência) para cada muffin.

Preparo:

Pré aqueça o forno a 180ºC e prepare as forminhas de muffin, untando se necessário.

1. Numa vasilha, misture a farinha, o cacau e o fermento;

2. Derreta a manteiga em fogo baixo ou no microondas e reserve;

3. Em outra vasilha bata com um fouet (ou garfo mesmo) o açúcar e os ovos;

4. Despeje a manteiga 9ainda morna) na mistura de ovos e açúcar e em seguida o leite. Misture tudo até ficar homogêneo;

5. Na tigela da farinha faça um buraco no meio e despeje a mistura líquida, misturando rapidamente, evitando trabalhar em excesso a massa para os muffins não ficarem pesados;

6. Acrescente as gotas de chocolate e misture apenas o suficiente;

7. Despeje a massa nas forminhas preparadas, preenchendo apenas 2/3 delas. Despeje cuidadosamente 1 c. chá da geléia de sua preferência por cima da masa de cada forminha, dê uma afundada de leve com o garfo de modo que a geléia continue aparecendo na superfície e jogue mais 2 ou 3 gotinhas de chocolate por cima;

8. Leve ao forno pré-aquecido por cerca de 15-20 min;

9. Retire os muffins do forno (faça o teste do palito antes e deixe mais um pouco se necessário) e deixe esfriar numa gradinha 10 minutos antes de comê-los.




segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Ragú de abobrinha e os primeiros temperos do meu quintal



Finalmente, após seis semanas de ansiosa espera podei drasticamente meus pezinhos de manjericão e salsinha para dar-lhes mais força e estimular novas ramificações e desta vez  vieram folhinhas suficientes para temperar nosso almoço!

Eu queria desesperadamente dar cabo às três abobrinhas moribundas da minha fruteira pois sentia-me imensamente culpada em refutar-lhes o destino para qual foram adquiridas: bolo de chocolate e abobrinha. 

Acontece que já havia preparado muffins de chocolate e mais de um doce por semana não pode. Na minha dieta não pode. E quero perder os cinco quilos que já me torram os piriquás há uns quatro anos. E busquei ajuda de uma nutricionista que me passou uma dieta bem razoável, na qual me farto com cinco frutas por dia para compensar o doce que só é permitido uma vez por semana.

No pain no gain  ;-)

As abobrinhas. Ao invés de bolo, ragú. E que delícia! Não podia ser diferente já que a receita é da minha musa mestra inspiradora Alice Waters, cheia de carinhos e cuidados para extrair o máximo de sabor, textura e aroma de seus ingredientes.

Servi com spaghetti "à la hóstia", o que traduzo pelo modo mais neutro possível: cozido na 'quente água' e refogado brevemente apenas com azeite e sal.

E ficou delicioso como imaginava, agregando somente textura e sustância ao ragú de sabores sutis e aromas frescos mediterrâneos.

Fiz esta receita no almoço mas pela rapidez e simplicidade no preparo pode ser uma bela pedida para aquele jantar corrido de meio de semana, no qual até me arrisco em substituir a massa por um bom naco de pão rústico italiano, com direito à chuchadas no fundo da panela!


Ragú de Abobrinha com Bacon e Tomate

tal e qual explica Alice Waters em seu A Arte da Comida Simples

tempo de preparo:35 minutos

rendimento: 2 porções generosas 


Ingredientes:


  • 3 abobrinhas médias, cortadas em rodelas de aproximadamente 0,5 cm;
  • 1 lata de tomate pelado, sem sementes e cortados em cubos;
  • 1 cebola cortada em cubos;
  • 2 fatias de bacon ou pancetta cortadas em tiras ou cubos;
  • 2 c. copa de azeite;
  • um punhado de salsinha e manjericão lavados e picados;
  • sal e pimenta do reino moída na hora à gosto;

Preparo: 

1. Misture sal nas abobrinhas e coloque-as num escorredor para que soltem água;

2. Em uma panela grande de fundo grosso aqueça o azeite e junte o bacon (ou pancetta) e a cebola. Cozinhe em fogo médio até a cebola ficar macia e tranlúcida (aproximadamente 10 min.);

3. Acrescente os tomates picados e cozinhe até que os tomates comecem a se desfazer (aprox. 7 min.) mexa de vez em quando e se precisar abaixe o fogo para nada grudar no fundo da panela;

4. Junte então as abobrinhas e continue mexendo de vez em quando, até as abobrinhas amaciarem e o caldo engrossar. Se o molho estiver cozinhando rápido demais ou grudando no fundo da panela, abaixe o fogo;

5. Quando a abobrinha estiver 'al dente' acrescente o sal, a pimenta do reino moída na hora e a salsinha e o manjericão;

6. Prove, acerte o tempero se necessário e sirva quente (sobre a massa, como fiz) ou em temperatura ambiente, como entrada, ou por cima de pão tostado esfregado com um dente de alho, como sugere Alice Waters.

sábado, 20 de outubro de 2012

Guacamole para mimar o filhote louco por comida mexicana e apimentada







Na minha vizinhança há dois restaurantes mexicanos de excelente qualidade, na minha singela avaliação. Os dois são muito agradáveis e ambientados no mais fidedigno estilo kitsch mexicano. Num deles as fajitas são mágicas e no outro encontro a quesadilla mais saborosa que já provei, acompanhada da exclusiva "salsa pra macho" super apimentada.

Mas, com licença, tratando-se de guacamole os meus críticos residentes dizem que não há melhor do que o meu!

Eu fico lisonjeada mas, para ser bem franca, não faça nada muito diferente, elaborado ou cheio de segredos. Talvez seja a qualidade do abacate e o frescor do coentro recém apanhado do quintal. Capricho no limão também, e acho que isso pode fazer diferença por  realçar o sabor amanteigado do abacate ;-)

Geralmente sirvo acompanhado de salada e doritos mesmo (meu momento alimentar permissivo e condescendente), ou por cima de uma fatia grossa de pão rústico regado ao azeite, tão prazeroso que me dá água na boca só de pensar!


Guacamole da minha cabeça

tempo de preparo: 15 min.
rendimento: para 2-3 pessoas (dobre ou triplique a para mais convivas)

Ingredientes:

1 avocado maduro mas firme;
1 cebola cortada em cubinhos bem pequenos;
1 tomate grande, sementes e partes brancas removidas, cortado tam´bém em cubos pequenos;
1 limão tahiti espremido na hora;
3 ou 4 pimentas ardidas em conserva ou frescas picadas em cubinhos;
coentro, sal e pimenta do reino moída na hora à gosto


Preparo:

1. Numa tigela média (pode ser a mesma em que irá servir o guacamole) junte a cebola, o tomate, a pimenta e o coentro, todos já devidamente picados, regue com um fio generoso de azeite, uma boa pitada de sal e pimenta do reino moída na hora e misture bem.

2. Remova toda a polpa do avocado e despeje em outro recipiente.

3. Esprema o limão sobre a polpa (retirando as sementes, se alguma escapar) e com a ajuda de um garfo, vá amassando o avocado ao mesmo tempo em que mistura o sumo do limão. (eu não gosto de amassar muito, prefiro deixar uns pedaços maiores mas é questão de gosto.

4. Incorpore a polpa aos outros ingredientes da tigela e acerte o tempero se precisar. 

5. Sirva imediatamente ou leve à geladeira até a hora de servir.  





quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Repolho cozido com maçãs, aromas e especiarias para preservar o essencial e eliminar excessos




Costumo dizer que depois de uma corrida, pedalada, braçadas na piscina ou treino puxado de musculação sinto um cansaço do bem, com ares mais de recompensa que de desgaste. Pois bem, para não parecer simples reclamação de gente mimada, tranferi o conceito de "cansaço do bem" para "dureza do bem, " para definir o estado de 'graça' em que vivemos desde a compra inusitada e benvinda da casa.

Aos poucos a situação estabiliza-se (viva o 13º salário!) e até lá vamos tirando leite de pedra, apreciando as coisas simples e nos livrando de todos os excessos cumulados do meu lado e do Chéri. Menos tralhas, menos cartões de crédito, menos contas bancárias, menos desperdício, menos móveis, menos trabalho para limpar e arrumar a casa... mais frutas, temperos e verduras no quintal, mais esporte, mais filmes em casa e mais cinema, mais refeições coloridas e picnics na praça, mais leitura e conversas esticadas depois do jantar...e por aí vai.

Imbuída neste espírito é que resolvi explorar todas as possibilidaDes do CEASA Campinas, que fica muito próximo da minha casa e no caminho para o meu trabalho. Na minha segunda incursão encontrei poucos produtos orgânicos e descobri que os hortifrutis chegam às segundas, quartas e sextas (fui numa terça) que são os dias em que existem mais bancas abertas e às terças e quintas vende-se o que sobrou da véspera por um preço mais em conta.

Ainda tenho muito o que explorar naquele lugar, principalmente para encontrar bancas que vendem a quilo ou a varejo. Mas vale à pena. Os produtos são frescos, bonitos e saem bem mais em conta. Gastei 30 reais e saí de lá com 4 caixas de morangos orgânicos (acho que os últimos da estação), 1 saca de mais de 20 kg da laranja pêra mais suculenta e doce que já provei na vida, 1 maço de espinafre, 1 repolho roxo de proporções avantajadas, 1 maço de acelga do tamanho de uma melancia, 4 beterrabas e 3 pézinhos de raddichio! 

O morango que não estava muito doce virou geléia, as beterrabas que acidentalmente cozinharam lindamente no chão do banco de trás do meu automóvel durante 6h de sol intenso compuseram saladas e um couscous de quinoa divino. A acelga gigante foi consumida desde as folhas externas mais escuras e amargas -picadinhas à julienne na salada, aproveitando as folhas intermediárias mais rijas e suculentas em sopa e refogados,  até chegar no miolinho crocante e rijo que pretendo utilizar numa deliciosa salada de acelga marinada e bacon.

As laranjas são o meu maior desafio e até o momento não perdi uma sequer: suco geladinho a toda hora para o adolescente de apetite e sede veroz e geleia da fruta, aproveitando-se cascas e tudo. Ainda tem bolo querendo sair do forno esta semana!

O espinafre foi refogado e cobriu torradinhas, repetindo uma receita da minha infância que já publiquei aqui, os raddichi duram bastante embrulhadinhos em papel toalha num pote hermético e dois deles já engrandeceram nossas saladas. E o repolho, precisamente metade dele, teve seu destino glorioso nesta salada agridoce sensação do almoço no último sábado.






O repolho fica extremamente macio e envolto em sabores aromáticos do louro da manteiga e da cebola, que só ressaltam a doçura delicada da maçã combinada com os aromas marcantes do cravo, da canela e noz moscada.

Servi ainda morna por cima de folhas cruas de espinafre e raddichio e estava tão deliciosa e suculenta que até me esqueci de temperá-la com azeite, sal e noz moscada, como sugerido na receita original. O que sobrou comemos no dia seguinte e parece que geladinha e curtida da noite para o dia ficou ainda mais saborosa!




Repolho cozido com maçãs e especiarias

do blog recém pesquisado KayoticKitchen

tempo de preparo: 1h, incluindo a preparação dos ingredientes
rendimento: 4 porções fartas ou 6 entradas



Ingredientes:
2 c. sopa de manteiga;
1 repolho roxo médio ou metade de um grande;
1 cebola pequena;
2 maçãs ácidas (as verdes caem bem mas como não as tinha utilizei gala);
1 folha de louro;
2 cravos;
3 c. sopa de vinagre de vinho tinto;
1 c. sopa de açúcar mascavo (duas se preferir mais doce);
1/2 xícara de vinho tinto seco (como também não tinha em casa arrisquei e usei o marsala seco, mas acho que se utilizar esta quantidade de vinagre de vinho tinto de qualidade ficará bom tb);
1 pitada de canela;
1 pitada de noz moscada;
sal e pimenta do reino moída na hora a gosto;


Preparo:

  1. Comece com o repolho: remova qualquer folha externa escurecida e machucada, lave e corte na metade, sentido longitudinal. Corte cada metade na metade novamente, no mesmo sentido longitudinal e remova o talo branco central. Fatie em finas tiras e reserve;
  2. Fatie finamente a cebola e reserve. Misture o vinho e o vinagre de vinho tinto numa tigela pequena.
  3. Numa panela grande de fundo grosso e em fogo médio aqueça a manteiga e despeje a cebola, canela, louro e cravo. Refogue até as cebolas amaciarem e ficarem translúcidas, isto deve levar uns 5 minutos. O aroma é realmente incrível, como alertou a Kay, autora da receita;
  4. Adicione o repolho e despeje a mistura de vinho e vinagre. Acrescente o açúcar mascavo e mexa bem. Aumente o fogo para levantar fervura, tambe a panela e então cozinhe em fogo baixo por 15 minutos;
  5. Nesse tempo, descasque, remova as sementes e o caroço e corte as maças em cubinhos;
  6. Ao fim dos 15 minutos remova a tampa da panela, adicione as maças, mexa para incorporar, tampe novamente a panela e cozinhe em fogo baixo por mais 45 minutos ou até o repolho ficar bem macio e curtido nos temperos. Eu desliguei o fogo após 30 minutos;
  7. Tempere com azeite, sal e noz moscada e sirva sobre folhas amargas de raddichio e espinafre (como fiz) ou como acompanhamento de uma carne (suína, miaaam) ou ainda espere esfriar e utilize num sanduíche... as possibilidades são incontáveis!