terça-feira, 30 de outubro de 2012

Paté de fígado de Halloween, só porque é com abóbora!





Há muito tempo venho ensaiando preparar com minha mãe uma receita de família de paté de fígado de galinha. Lembro que quem fazia era uma amiga da minha avó e ele vinha desenformado à mesa. Por cima tinha uma espécie de gelatina translúcida e amarelada, com o gostinho do paté e qualquer coisa com um fundinho de caldo de frango... deliciosa!

Mas numa tarde desta semana em que saí mais cedo do trabalho para cuidar de uma indisposição do meu filho, dei o maior balão na minha mãe, nos planos de reproduzir a receita tradicional de família e resolvi, de supetão, executar uma receita que encontrei aqui, numa busca que começou com "growing vegetables at home" e já nem me lembro como cheguei ao paté, mas enfim, o que me seduziu na receita foi a abóbora e a possibilidade de substituir o cream cheese pelo  meu iogurte grego mosquiabundo na geladeira.

Foi a primeira vez na minha vida em que manuseei uma víscera e o fiz numa mistura de asco e fascínio pelos nacos tintos e escorregadios, que após as pequenas incisões feitas para retirar-lhes o filamento de gordura pareciam regenerar-se num gigante e único fígado amalgamado.

Muito estranho.

Após esta etapa tudo transcorreu rapidamente e sem tensão. Ao contrário do que imaginava, este paté é feito em pouquíssimas etapas e, depois de refogado o fígado e assado a abóbora, é só bater todos os ingredientes no  liquidificador, temperar, refrigerar e servir após 2h. Fantástico!

Pela lembrança da infância resolvi enformá-lo, mas não é necessário.  Pode servi-lo num ramekin, polvilhado com paprika ou pimentas moídas na hora (este paté vai muito bem com pimenta), acompanhado de torradinhas, grissini e pãezinhos rústicos.Ou ainda, para quem quiser dar um tom de Halloween, sirva aos seus convidados guarnecido com abóboras e outros legumes assados, que inclusive ficam uma delícia com uma colherada do paté por cima (e suas amigas/amigos de dieta low-carb ou gluten-frre vão adorar!). Outra idéia: sirva o paté em mini morangas, para um estilo Jack'O Lantern ;-)

O sabor do fígado é bem pronunciado e a abóbora quase não se sente, contribuindo para uma cor mais quente do paté ( e talvez um pouco adocicada). Este foi o primeiro paté de fígado que fiz e há muito tempo não como aquele das festas de adulto da minha infância, portanto, não tenho muito com o que comparar, só sei que achei uma delícia. Talvez um pouco mais de pimenta, como sugeriu um colega do trabalho. Ou com um pouco de mostarda que não vai na receita original, mas minha mãe disse que combina bem.

Ah! Ia esquecendo, esta receita rende um bocado que saí distribuindo paté de fígado... no trabalho, para uma amiga levar para casa... Mais acostumados com meus quitutes doces, alguns acharam estranho, mas quem provou gostou!


Paté de fígado de galinha e abóbora assada

minimamente adaptado do blog Greedy Gourmet

tempo de preparo: 50 minutos (já incluído o tempo para assar a abóbora) + 2h-3h de geladeira
rendimento: aproximadamente 2 formas pequenas de bolo inglês
Ingredientes: 


  • 600-700g de abóbora cabotiã
  • 400g de fígado de galinha, limpos e sem filamentos brancos de gordura;
  • 1 cebola média, picada em cubinhos;
  • 1-2 dentes de alho amassados;
  • 1 c. sopa de azeite;
  • 225g de cream cheese (eu utilizei iogurte natural caseiro);
  • sal, noz moscada e pimenta do reino moída a gosto;
  • paprika (ou pimenta calabresa em flocos) ou manteiga derretida para decorar;
Preparo:

1. Pré aqueça o forno em 220ºC. Corte a abóbora em quartos e retire as sementes. Coloque os quartos com a casca para baixo numa assadeira . Tempere com um fio de azeite, sal e pimenta do reino moída, a gosto. Asse por 40 minutos ou até que a polpa esteja bem macia. Retire do forno e reserve para esfriar;

2. Enquanto a abóbora assa, refogue o fígado. Aqueça um fio de azeite numa frigideira grande, adicione a cebola picada e cozinhe até amaciar;

3. Adicione o alho e o fígado de galinha. Cozinhe em fogo alto por 3-4 minutos, ou até que o fígado esteja cozido por dentro e um pouco dourado por fora. (eu demorei uns 10 minutos para chegar neste aspecto). Remova do fogo e deixe esfriar;

4. Despeje o iogurte (ou o cream cheese) no copo do lquidificador e adicione o fígado refogado e a polpa da abóbora (que vc vai tirar da casca com uma colher). Bata até homogeneizar;

5. Acerte os temperos, adicionando pimenta, noz moscada, um pouco mais de sal se necessário ou mostarda se quiser.

6. Transfira o paté para os ramekins, ou para as mini abóboras e acerte a superfície com uma espátula. Refrigere por 2h e então sirva, salpicado de paprika (eu não tinha então usei pimenta calabresa).

Para enformar:

Se preferir enformar, revista uma forma pequena de bolo inglês com papel filme, deixando uma sobra para içar o paté depois de firme. Despeje o paté sobre a forma preparada, acerte com uma espátula e cubra com uma camada de papel filme. Leve à geladeira por 3h ou o tempo suficiente para o paté firmar.

Retire cuidadosamente o paté segurando pelas sobras laterais de papel filme até removê-lo da forma. Imediatamente vire-o no prato ou travessa de servir. Decore com a pimenta calabresa ou a páprika e algumas fatias de abóbora assadas com a casca, como fiz. 

Para armazenar:

Uma dica  da Michelle do blog GreedyGourmet, que publicou a receita: para armazenar por mais tempo na geladeira tranfira o paté para um pote de vidro (bem limpo e melhor se esterilizado) com tampa, deixando 1 dedo até a boca. Derreta um pouco de manteiga, retire a espuma e 'sele' o vidro com 1 dedo de manteiga. Tampe e guarde na geladeira por até 1 semana.

domingo, 28 de outubro de 2012

Melancia em três idéias refrescantes com hortelã



Nos meus hábitos alimentares, melancia é a fruta refrescante por excelência: suculenta, leve, doce e geladinha, pois sempre costumo colocá-la na geladeira após a compra.

Assim que aberta já corto tudo em pedacinhos o mais próximo de pequenos triângulos que eu puder, por pura vontade estética mesmo. Com o calor abafado de um desses fins de tarde, o Chéri se lembrou de um suco que aprendeu a fazer assistindo a novela "Top Model" lá pelos idos anos 80, só porque era o preferido da personagem da Malu Mader, que, segundo me confidenciou, era sua musa adolescente (risadinha no estilo perco o marido mas não perco a piada!).

O que sobrou do suco virou picolé que não funcionou direito mas imerso numa dose de gin e várias pedras de gelo virou um drink ótimo e viciante. Dos triangulinhos tão bem delineados surgiu a idéia de cortá-los em formatos fofinhos e servir com queijo fresco que começava a dar bobeira na geladeira.

Três idéias refrescantes e facílimas de fazer!

Suco de melancia com hortelã

No liquidificador despeje a melancia cortada, algumas folhas de hortelã fresca, uma bandeja de gelo e comece a bater. Vá acrescentando água aos poucos até atigir a textura de sua preferência, mais ou menos densa.

Aperitivo de melancia, queijo branco e hortelã

Utilize seus cortadores de biscoito preferidos para desenhar formas na melancia e no queijo branco, alternando quem fica por cima e por baixo. Coloque uma folha de hortelã (ou manjericão) por cima e espete tudo com um palitinho de madeira ou outro acessório mais elegante, se tiver. Uma opção é regar um fio de mel ou néctar de agave e moer um pouco de pimenta do reino branca para finalizar. Sirva geladinho.

Drink de melancia, gin, agua tônica e hortelã

O que sobrou do suco do chéri fiz picolés, apenas preenchendo as minhas forminhas e levando para gelar. Acontece que a polpa da melancia se separou da água e não ficou muito agradável. Problema resolvido com este drink, em que se coloca gelo, 1 dose de gin e 2 dedos de água tônica no copo e depois mergulha o picolé. Depois de alguns minutos o picolé se incorpora no drink e vai lhe dando sabor, super refrescante!


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Couscous pervertido: quinoa, bacon, cenouras e beterrabas para tirar a pecha de comida natureba.



Comentei neste post que havia feito este couscous num almoço de fim de semana e além de colorido, ficou estupendo com os cubinhos suculentos de bacon em meio à doçura das cenouras levemente assadas e das beterrabas parcialmente cozidas de textura crocante.

A idéia de adicionar bacon foi para ganhar o apetite do pequeno adolescente que come até casca de parede, se servida com bacon. E para este propósito a idéia foi um absoluto sucesso, com repeteco até às raspas da cumbuca como testemunho.

Mas o engraçado é que à despeito da esparrela, a combinação um tanto inusitada do bacon neste prato emblemático da "culinária do bem" foi fantástica. Além de subverter para sempre a idéia do (ou da?) quinoa como símbolo do grão saboroso, benéfico e de alto valor nutritivo utilizado em pratos naturebas de gente vegetariana que se alimenta bem, me dei conta de que ele é bem mais versátil do que supunha, caindo muitíssimo bem no papel de grão sem vergonha que transita com malandragem entre a leveza dos legumes, frutas e folhas coloridas e a densa e condenada atmosfera das gorduras saturadas.

Refeição colorida, nutritiva e cheia de sabores. Recomendo com ou sem bacon, para apetites mais ou menos exigentes e disciplinados.


Couscous de quinoa com cenoura, beterraba, bacon e cebolinha

Tempo de preparo: 30 min.
rendimento: 2-3 porções  + o tempo de cozimento da beterraba


Ingredientes:

1/2 xícara de quinoa em grão;
1 cenoura sem casca cortada em palitos;
1 beterraba média-grande cozida al dente e cortada em palitos;
bacon à gosto cortado em cubinhos (eu utilizei aproximadamente 2 c. sopa);
um bom punhado de cebolinha (utilizei uns seis talos) cortados em fatias finas;
1 fio de azeite;
sal e pimenta do reino moída na hora à gosto;

Preparo:

1. Pré-aqueça o forno em 200ºC e cubra uma assadeira pequena com papel alumínio, deixando uma sobra para cobrir as cenouras. Regue com um fio de azeite o papel alumínio e disponha a cenoura já cortada em palitos sobre ele. Salpique um pouco de sal e pimenta do reino moída da hora, cubra com a sobra do alumínio e asse por 10 -15 minutos ou até que a cenoura fique al dente; 

2. Cozinhe os grãos de quinoa numa panelinha com água 1 dedo acima do nível dos grãos durante uns 15 minutos tb, ou o suficiente para os grãos amolecerem, mantendo uma certa resistência ao morder; Escorra os grãos numa peneira e reserve;

3. Enquanto os grãos cozinham e a cenoura assa, corte o bacon em cubinhos, a beterraba em palitos e a cebolinha em fatias finas;

4. Quando a cenoura e o quinoa estiverem prontos regue com um fio de azeite uma frigideira de fundo pesado e beiradas altas (ou uma panela de tamanho suficiente para misturar todos os ingredientes e preparar o couscous) em fogo médio e quando o azeite estiver quente despeje o bacon.

5. Doure o bacon durante alguns minutinhos e então despeje os grãos de quinoa, mexendo sempre para não grudar no fundo da panela. Abaixe um pouco o fogo se necessário.

6. Acrescente os palitos de cenoura e beterraba e misture até tudo ficar bem incorporado;

7. Prove e acerte o sal e a pimenta. Por último, acrescente a cebolinha, dê algumas mexidas e desligue o fogo.

8. Sirva imediatamente e não se preocupe se esfriar porque continua uma delícia mesmo depois de frio!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Muffins de esposa e mãe abnegada: chocolate, gotas de chocolate e geléia de pêssego




E no quarto dia da dieta era sábado: o dia de fazer bolo. Estava tão determinada a não enfiar o pé na jaca logo na primeira semana que preparei todo o muffin sem dar uma provadela sequer na massa, ou beliscar os ingredientes, como invariavelmente costumo fazer.

O meu plano era comer só no dia seguinte, no café da manhã,  usufruindo sem culpa do meu doce semanal, mas o primeiro sinal de que não conseguiria esperar tanto foi o aroma estonteante que invadiu a cozinha, a sala, a casa toda e até a calçada porque o Chéri que estava chegando entrou todo entusiasmado, indagando o que eu estava aprontando que dava para sentir o cheiro lá da rua.

Fiz estes muffins facílimos numa piscada e os servi como sobremesa do almoço, ainda um pouco mornos porque eles não puderam esperar. Meu filho não deu muita bola o que compreendi porque é um doce de paladar mais adulto (chocolate amargo e cacau em pó) e, além disto, ele acabara de chagar de uma viagem de duas semanas  nutridas à base de hambúrguer, cachorro quente, refrigerante, chocolates, balas e todo o arsenal de junkie food que só os EUA podem oferecer!

Mas o Chéri pirou no bolinho e comeu dois de uma só vez, contrariando seu apetite comedido para sobremesas. Aí tem, pensei. O trem deve ser bom. Foram elogios tão rasgados que se viessem de qualquer outra pessoa poderia interpretar como provocação, só porque resistia em guardá-los para a manhã seguinte. Este foi o segundo sinal.

Então a tarde passou e no meio dela resolvi fazer um café forte. E o terceiro e avassalador sinal veio retumbante na fumaça do pó do café ao toque da água quente. Me rendi ao aroma peculiar que me enebria há décadas e é comparsa nas minhas doces perdições.  Sem pestanejar decidi que comeria o muffin naquele momento e calmamente sentei-me à mesa contemplando o exterior da casa, bebericando o café e petiscando vagarosamente o bolinho... sentindo as texturas na boca e aproveitando cada bocado como se fosse o último... até a semana seguinte. 

A massa fica bem leve e aerada, não muito doce. A geleia abrandou e afundou um pouco durante o cozimento, produzindo um contraste interessante de sabor e textura. Realmente, estes muffins ficaram sofisticados e superaram minhas expectativas em relação à receita.

Se preferir um paladar menos exigente substitua as gotas de chocolate amargo por chocolate ao leite, ou também o cacau em pó por chocolate do frade. O bolinho é melhor consumido no dia ou até o dia seguinte, depois a massa vai adensando, umedecendo e perde toda a bossa característica dos muffins, que é sua textura flocada.  



Muffins de Chocolate, gotas de chocolate e geleia caseira de pêssego


receita ligeiramente adaptada do livro Cozinha Passo a Passo -Confeitaria


tempo de preparo: 20 minutos de preparo + 15-20 minutos de forno
rendimento: 09 muffins


Ingredientes:


  • 90g de farinha de trigo;
  • 20g de cacau peneirado;
  • 8 colheres de sopa de açúcar;
  • 2 ovos;
  • 1 c. café de fermento químico;
  • 75 ml. de leite;
  • 90 g de manteiga derretida morna;
  • 50g de chocolate amargo picado ou em gotas;
  • 1 c. chá bem cheia de geléia de pêssego (ou outra de sua preferência) para cada muffin.

Preparo:

Pré aqueça o forno a 180ºC e prepare as forminhas de muffin, untando se necessário.

1. Numa vasilha, misture a farinha, o cacau e o fermento;

2. Derreta a manteiga em fogo baixo ou no microondas e reserve;

3. Em outra vasilha bata com um fouet (ou garfo mesmo) o açúcar e os ovos;

4. Despeje a manteiga 9ainda morna) na mistura de ovos e açúcar e em seguida o leite. Misture tudo até ficar homogêneo;

5. Na tigela da farinha faça um buraco no meio e despeje a mistura líquida, misturando rapidamente, evitando trabalhar em excesso a massa para os muffins não ficarem pesados;

6. Acrescente as gotas de chocolate e misture apenas o suficiente;

7. Despeje a massa nas forminhas preparadas, preenchendo apenas 2/3 delas. Despeje cuidadosamente 1 c. chá da geléia de sua preferência por cima da masa de cada forminha, dê uma afundada de leve com o garfo de modo que a geléia continue aparecendo na superfície e jogue mais 2 ou 3 gotinhas de chocolate por cima;

8. Leve ao forno pré-aquecido por cerca de 15-20 min;

9. Retire os muffins do forno (faça o teste do palito antes e deixe mais um pouco se necessário) e deixe esfriar numa gradinha 10 minutos antes de comê-los.




segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Ragú de abobrinha e os primeiros temperos do meu quintal



Finalmente, após seis semanas de ansiosa espera podei drasticamente meus pezinhos de manjericão e salsinha para dar-lhes mais força e estimular novas ramificações e desta vez  vieram folhinhas suficientes para temperar nosso almoço!

Eu queria desesperadamente dar cabo às três abobrinhas moribundas da minha fruteira pois sentia-me imensamente culpada em refutar-lhes o destino para qual foram adquiridas: bolo de chocolate e abobrinha. 

Acontece que já havia preparado muffins de chocolate e mais de um doce por semana não pode. Na minha dieta não pode. E quero perder os cinco quilos que já me torram os piriquás há uns quatro anos. E busquei ajuda de uma nutricionista que me passou uma dieta bem razoável, na qual me farto com cinco frutas por dia para compensar o doce que só é permitido uma vez por semana.

No pain no gain  ;-)

As abobrinhas. Ao invés de bolo, ragú. E que delícia! Não podia ser diferente já que a receita é da minha musa mestra inspiradora Alice Waters, cheia de carinhos e cuidados para extrair o máximo de sabor, textura e aroma de seus ingredientes.

Servi com spaghetti "à la hóstia", o que traduzo pelo modo mais neutro possível: cozido na 'quente água' e refogado brevemente apenas com azeite e sal.

E ficou delicioso como imaginava, agregando somente textura e sustância ao ragú de sabores sutis e aromas frescos mediterrâneos.

Fiz esta receita no almoço mas pela rapidez e simplicidade no preparo pode ser uma bela pedida para aquele jantar corrido de meio de semana, no qual até me arrisco em substituir a massa por um bom naco de pão rústico italiano, com direito à chuchadas no fundo da panela!


Ragú de Abobrinha com Bacon e Tomate

tal e qual explica Alice Waters em seu A Arte da Comida Simples

tempo de preparo:35 minutos

rendimento: 2 porções generosas 


Ingredientes:


  • 3 abobrinhas médias, cortadas em rodelas de aproximadamente 0,5 cm;
  • 1 lata de tomate pelado, sem sementes e cortados em cubos;
  • 1 cebola cortada em cubos;
  • 2 fatias de bacon ou pancetta cortadas em tiras ou cubos;
  • 2 c. copa de azeite;
  • um punhado de salsinha e manjericão lavados e picados;
  • sal e pimenta do reino moída na hora à gosto;

Preparo: 

1. Misture sal nas abobrinhas e coloque-as num escorredor para que soltem água;

2. Em uma panela grande de fundo grosso aqueça o azeite e junte o bacon (ou pancetta) e a cebola. Cozinhe em fogo médio até a cebola ficar macia e tranlúcida (aproximadamente 10 min.);

3. Acrescente os tomates picados e cozinhe até que os tomates comecem a se desfazer (aprox. 7 min.) mexa de vez em quando e se precisar abaixe o fogo para nada grudar no fundo da panela;

4. Junte então as abobrinhas e continue mexendo de vez em quando, até as abobrinhas amaciarem e o caldo engrossar. Se o molho estiver cozinhando rápido demais ou grudando no fundo da panela, abaixe o fogo;

5. Quando a abobrinha estiver 'al dente' acrescente o sal, a pimenta do reino moída na hora e a salsinha e o manjericão;

6. Prove, acerte o tempero se necessário e sirva quente (sobre a massa, como fiz) ou em temperatura ambiente, como entrada, ou por cima de pão tostado esfregado com um dente de alho, como sugere Alice Waters.

sábado, 20 de outubro de 2012

Guacamole para mimar o filhote louco por comida mexicana e apimentada







Na minha vizinhança há dois restaurantes mexicanos de excelente qualidade, na minha singela avaliação. Os dois são muito agradáveis e ambientados no mais fidedigno estilo kitsch mexicano. Num deles as fajitas são mágicas e no outro encontro a quesadilla mais saborosa que já provei, acompanhada da exclusiva "salsa pra macho" super apimentada.

Mas, com licença, tratando-se de guacamole os meus críticos residentes dizem que não há melhor do que o meu!

Eu fico lisonjeada mas, para ser bem franca, não faça nada muito diferente, elaborado ou cheio de segredos. Talvez seja a qualidade do abacate e o frescor do coentro recém apanhado do quintal. Capricho no limão também, e acho que isso pode fazer diferença por  realçar o sabor amanteigado do abacate ;-)

Geralmente sirvo acompanhado de salada e doritos mesmo (meu momento alimentar permissivo e condescendente), ou por cima de uma fatia grossa de pão rústico regado ao azeite, tão prazeroso que me dá água na boca só de pensar!


Guacamole da minha cabeça

tempo de preparo: 15 min.
rendimento: para 2-3 pessoas (dobre ou triplique a para mais convivas)

Ingredientes:

1 avocado maduro mas firme;
1 cebola cortada em cubinhos bem pequenos;
1 tomate grande, sementes e partes brancas removidas, cortado tam´bém em cubos pequenos;
1 limão tahiti espremido na hora;
3 ou 4 pimentas ardidas em conserva ou frescas picadas em cubinhos;
coentro, sal e pimenta do reino moída na hora à gosto


Preparo:

1. Numa tigela média (pode ser a mesma em que irá servir o guacamole) junte a cebola, o tomate, a pimenta e o coentro, todos já devidamente picados, regue com um fio generoso de azeite, uma boa pitada de sal e pimenta do reino moída na hora e misture bem.

2. Remova toda a polpa do avocado e despeje em outro recipiente.

3. Esprema o limão sobre a polpa (retirando as sementes, se alguma escapar) e com a ajuda de um garfo, vá amassando o avocado ao mesmo tempo em que mistura o sumo do limão. (eu não gosto de amassar muito, prefiro deixar uns pedaços maiores mas é questão de gosto.

4. Incorpore a polpa aos outros ingredientes da tigela e acerte o tempero se precisar. 

5. Sirva imediatamente ou leve à geladeira até a hora de servir.  





quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Repolho cozido com maçãs, aromas e especiarias para preservar o essencial e eliminar excessos




Costumo dizer que depois de uma corrida, pedalada, braçadas na piscina ou treino puxado de musculação sinto um cansaço do bem, com ares mais de recompensa que de desgaste. Pois bem, para não parecer simples reclamação de gente mimada, tranferi o conceito de "cansaço do bem" para "dureza do bem, " para definir o estado de 'graça' em que vivemos desde a compra inusitada e benvinda da casa.

Aos poucos a situação estabiliza-se (viva o 13º salário!) e até lá vamos tirando leite de pedra, apreciando as coisas simples e nos livrando de todos os excessos cumulados do meu lado e do Chéri. Menos tralhas, menos cartões de crédito, menos contas bancárias, menos desperdício, menos móveis, menos trabalho para limpar e arrumar a casa... mais frutas, temperos e verduras no quintal, mais esporte, mais filmes em casa e mais cinema, mais refeições coloridas e picnics na praça, mais leitura e conversas esticadas depois do jantar...e por aí vai.

Imbuída neste espírito é que resolvi explorar todas as possibilidaDes do CEASA Campinas, que fica muito próximo da minha casa e no caminho para o meu trabalho. Na minha segunda incursão encontrei poucos produtos orgânicos e descobri que os hortifrutis chegam às segundas, quartas e sextas (fui numa terça) que são os dias em que existem mais bancas abertas e às terças e quintas vende-se o que sobrou da véspera por um preço mais em conta.

Ainda tenho muito o que explorar naquele lugar, principalmente para encontrar bancas que vendem a quilo ou a varejo. Mas vale à pena. Os produtos são frescos, bonitos e saem bem mais em conta. Gastei 30 reais e saí de lá com 4 caixas de morangos orgânicos (acho que os últimos da estação), 1 saca de mais de 20 kg da laranja pêra mais suculenta e doce que já provei na vida, 1 maço de espinafre, 1 repolho roxo de proporções avantajadas, 1 maço de acelga do tamanho de uma melancia, 4 beterrabas e 3 pézinhos de raddichio! 

O morango que não estava muito doce virou geléia, as beterrabas que acidentalmente cozinharam lindamente no chão do banco de trás do meu automóvel durante 6h de sol intenso compuseram saladas e um couscous de quinoa divino. A acelga gigante foi consumida desde as folhas externas mais escuras e amargas -picadinhas à julienne na salada, aproveitando as folhas intermediárias mais rijas e suculentas em sopa e refogados,  até chegar no miolinho crocante e rijo que pretendo utilizar numa deliciosa salada de acelga marinada e bacon.

As laranjas são o meu maior desafio e até o momento não perdi uma sequer: suco geladinho a toda hora para o adolescente de apetite e sede veroz e geleia da fruta, aproveitando-se cascas e tudo. Ainda tem bolo querendo sair do forno esta semana!

O espinafre foi refogado e cobriu torradinhas, repetindo uma receita da minha infância que já publiquei aqui, os raddichi duram bastante embrulhadinhos em papel toalha num pote hermético e dois deles já engrandeceram nossas saladas. E o repolho, precisamente metade dele, teve seu destino glorioso nesta salada agridoce sensação do almoço no último sábado.






O repolho fica extremamente macio e envolto em sabores aromáticos do louro da manteiga e da cebola, que só ressaltam a doçura delicada da maçã combinada com os aromas marcantes do cravo, da canela e noz moscada.

Servi ainda morna por cima de folhas cruas de espinafre e raddichio e estava tão deliciosa e suculenta que até me esqueci de temperá-la com azeite, sal e noz moscada, como sugerido na receita original. O que sobrou comemos no dia seguinte e parece que geladinha e curtida da noite para o dia ficou ainda mais saborosa!




Repolho cozido com maçãs e especiarias

do blog recém pesquisado KayoticKitchen

tempo de preparo: 1h, incluindo a preparação dos ingredientes
rendimento: 4 porções fartas ou 6 entradas



Ingredientes:
2 c. sopa de manteiga;
1 repolho roxo médio ou metade de um grande;
1 cebola pequena;
2 maçãs ácidas (as verdes caem bem mas como não as tinha utilizei gala);
1 folha de louro;
2 cravos;
3 c. sopa de vinagre de vinho tinto;
1 c. sopa de açúcar mascavo (duas se preferir mais doce);
1/2 xícara de vinho tinto seco (como também não tinha em casa arrisquei e usei o marsala seco, mas acho que se utilizar esta quantidade de vinagre de vinho tinto de qualidade ficará bom tb);
1 pitada de canela;
1 pitada de noz moscada;
sal e pimenta do reino moída na hora a gosto;


Preparo:

  1. Comece com o repolho: remova qualquer folha externa escurecida e machucada, lave e corte na metade, sentido longitudinal. Corte cada metade na metade novamente, no mesmo sentido longitudinal e remova o talo branco central. Fatie em finas tiras e reserve;
  2. Fatie finamente a cebola e reserve. Misture o vinho e o vinagre de vinho tinto numa tigela pequena.
  3. Numa panela grande de fundo grosso e em fogo médio aqueça a manteiga e despeje a cebola, canela, louro e cravo. Refogue até as cebolas amaciarem e ficarem translúcidas, isto deve levar uns 5 minutos. O aroma é realmente incrível, como alertou a Kay, autora da receita;
  4. Adicione o repolho e despeje a mistura de vinho e vinagre. Acrescente o açúcar mascavo e mexa bem. Aumente o fogo para levantar fervura, tambe a panela e então cozinhe em fogo baixo por 15 minutos;
  5. Nesse tempo, descasque, remova as sementes e o caroço e corte as maças em cubinhos;
  6. Ao fim dos 15 minutos remova a tampa da panela, adicione as maças, mexa para incorporar, tampe novamente a panela e cozinhe em fogo baixo por mais 45 minutos ou até o repolho ficar bem macio e curtido nos temperos. Eu desliguei o fogo após 30 minutos;
  7. Tempere com azeite, sal e noz moscada e sirva sobre folhas amargas de raddichio e espinafre (como fiz) ou como acompanhamento de uma carne (suína, miaaam) ou ainda espere esfriar e utilize num sanduíche... as possibilidades são incontáveis!




terça-feira, 16 de outubro de 2012

Feriado à mesa e uma reflexão sobre férias



Passamos a maior parte deste feriado em casa. Na tranquilidade dos bichos, do cuidado com as plantas, do filho adolescente especialmente bem humorado e participativo, do sol ameno do meio da manhã batendo nos pés descalços, da leitura preguisoça do jornal e da cozinha desapressada em constante produção.

Foram dias longos e muito bem aproveitados em que nos ocupamos de nós mesmos, dos cuidados com a casa e dos prazeres da mesa. Deliciosos dias de vida simples.

E então me dei conta de como era bobinha no tempo em achava um desperdício de existência quando alguém me dizia que havia passado as férias em casa, relaxando e aproveitando o tempo livre para ordenar pensamentos e coisas.

Nos alimentamos um bocado bem e não houvesse o Chéri comentado jamais perceberia a quantidade de quitutes levados à mesa: geléia de morango com pimenta, guacamole,  pão de gergelim, repolho roxo refogado com maçãs e especiarias, torradinhas de espinafre e ovo cozido, couscous de quinoa com cenoura, bacon e beterrabas, sopa de legumes e frango desfiado, geléia de laranja, degustação de tomates e uma farta variedade de frutas, legumes e verduras em saladas, cafés da manhã e lanchinhos da tarde.

As receitas virão em breve, à medida que as conexões virtuais voltam a se estabelecer.


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Os meus Camafeus "sem enganação": muitas nozes tostadas cobertas com chocolate amargo




Um dia uma amiga me perguntou se sabia fazer camafeus porque ela gostaria de encomendar para a festa de aniversário de seu pequeno. Nunca havia feito e comecei a pesquisar receitas por aí, até que me convenci de uma que era feita a partir do leite condensado cozido (o meu doce de leite favorito do momento, desbancando inclusive os que vêm das pastagens do sul).

Como o aniversário desta amiga etava perto, resolvi estrear nestes docinhos para presenteá-la. O ponto de partida foi o doce de leite condensado cozido e o mais foi pura intuição e respeito. 

Com a referência dos camafeus de doceria e padaria que de nozes só tem o cheiro artificial (já repararam como a massa é lisinha?) e aquela casquinha açucarada da espessura de reboco de parede que mascara ainda mais a ausência de nozes, resolvi caprichar nos meus e produzir camafeus de verdade, com textura e gosto de nozes e com uma cobertura menos infantil do que o fondant, que nada mais é do que açucar de confeiteiro com água e umas gotinhas de limão, quando lá.

Comprei uma lata de leite condensado para fazer o doce de leite e 250g de nozes. O chocolate amargo já havia na dispensa, bem como as gotinhas de extrato natural de baunilha que resolvi adicionar à massa.

 Um docinho trabalhoso de fazer, nem tanto pela massa, mais pela montagem... ou eu é que me embanano toda com esse trem de cobertura de chocolate melequenta, sobretudo quando o chocolate é bom e não contém quilos de gordura hidrogenada para deixá-lo mais firme :-p

Cuidei de extrair o máximo de sabor de cada ingrediente e não me preocupei com rendimento, o que resultou no melhor camafeu que já experimentei na vida, sem modéstia mesmo. E quem provou também achou!

 Até me disseram que eu fizera um camafeu "gourmet". Pensei no que ouvi, refleti e conclui que não tem segredo ou método elaborado algum, só honestidade e carinho com quem vai prová-los." E com esta experiência o conceito de 'gourmet' pareceu revelar-se para mim:  nada além de comida íntegra, sem 'batismos' e truques para render mais e lucrar mais (exceto quando trata-se de um método ou seleta especial de ingredentes, como no caso dos cafés e cervejas, por exemplo) .

Então desconfie do camafeu baratinho, do pesto baratinho e do cheesecake baratinho, pois nozes não são baratinhas, pinoli e azeite extra virgem não são baratinhos e mascarpone ou cream cheese de verdade não são baratinhos.

Mas também não se engane com o  brigadeiro "gourmet", o cheesecake "gourmet" ou a empadinha de catupiry "gourmet" pois, no mais das vezes, o conceito "gourmet" nada define além de comida sem enganação!  É o brigadeiro feito com chocolate de verdade, é o recheio de marzipan com amêndoas de verdade, ao invés de uma essência artificial, é o catupiry sem maizena e é a massa de torta com manteiga ao invés de gordura vegetal hidrogenada que nem as formigas comem (!) e por aí vai...

E assim que agora estou pensando em tornar-me uma cricri de plantão, sentindo-me no direito de perguntar se aquele brigadeiro que custa os olhos da cara na lojinha fina do bairro chic da minha cidade é feito com manteiga e chocolate de verdade e se o tiramisú de preço exorbitante do restaurante bacaninha recém inaugurado  é feito com mascarpone mesmo.

E por fim começo a entender porque cada vez como menos fora e cozinho mais :-)


Camafeu de nozes "sem enganação" com cobertura de chocolate amargo

Ingredientes:

  • 1 lata de leite condensado cozida na pressão (aprox. 45 min após a panela apitar);
  • 250g de nozes;
  • 1 c. sopa rasa de manteiga (prefiro usar com sal para destacar o sabor do doce);
  • 1 c. chá de extrato natural de baunilha (se tiver só o artificial use algumas gotas ou omita);
  • 50g de chocolate amargo de boa qualidade derretido;
Preparo:

  1. Enquanto a lata de leite condensado cozido esfria, prepare as nozes: em uma frigideira grande e bem quente toste as nozes para liberar aroma e sabor. Alguns minutinhos são suficientes, vá chacoalhando a frigideira com a mão no cabo para evitar que torrerm demais. Retire do fogo e reserve algumas para decorar o doce (mais ou menos 20 25 metades);
  2. Triture as nozes no processador ou no pilão. Eu prefiro triturar no pilão porque a textura irregular (pedaços maiores e outros menores) torna a mordida mais interessante e a textura mais complexa;
  3. Numa panelinha em fogo médio despeje a manteiga, o doce de leite da lata e o extrato de baunilha. Mexa bem até tudo se homogeneizar. Adicione as nozes trituradas e mexa novamente até formar uma massa homogênea e bem crespinha das nozes;
  4. Desligue o fogo e tranfira a massa da panela para uma vasilha untada com manteiga . Cubra com filme plástico e refrigere até ficar bem firme e gelada (eu deixo da noite para o dia mas 4h são suficientes);
  5. Quando a massa estiver bem refrigerada, unte uma assadeira com manteiga e enrole os docinhos no formato de sua preferência. Para a forma tradicional faça bolinhas com a massa e depois achate-as. Vá dispondo os docinhos enrolados na forma untada e por fim, cubra com filme plástico e leve novamente à geladeira enquanto prepara a cobertura.
  6. Numa tigela pequena (para ficar mais fácil mergulhar os docinhos) derreta o chocolate em banho maria ou no microondas e espere esfriar um tanto: o suficiente para a cobertura não escorrer demais e não ficar dura demais. Isto se verifica no olho e no tato mesmo...
  7. Quando atingir a temperatura desejada retire os docinhos da geladeira e com a ajuda de um garfo mergulhe-os, um a um, no chocolate derretido. Cuidadosamente transfira-os para a mesma forma untada em que eles estavam e coloque uma meia-noz sobre o doce para decorar, antes do chocolate esfriar.
  8. Se necessário derreta mais chocolate ou reaqueça-o. Quando terminar leve-os novamente à geladeira para firmar a cobertura de chocolate.
  9. Depois de 30 minutos você pode retirá-los da geladeira e colocá-os nas forminhas. As formas tradicionais de brigadeiro servem, como vcs podem ver na foto.
Obs. Nas duas vezes que fiz estes camafeus eu não temperei o chocolate por pura preguiça de estudar o passo-a-passo, mas dizem que com isto vc evita que o chocolate forme bolhinhas de ar ou pareçam suados depois que endurecem. Como é pura questão de estética (corrijam-me se estiver errada!) e os fiz para presentear e sem intenções comerciais não me preocupei com isto. E ninguém reparou também (nem eu!) que o chocolate não ficou bem lisinho e haviam micro bolinhas que só vi na foto bem de perto!






segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Após um longo e quente inverno: risotto de aspargos e camembert



Não que seja uma regra... mas como prefiro jantares frugais e durante a semana não consigo almoçar em casa, o risotto aparece à nossa mesa nos almoços de fim de semana. Apesar de ser um prato rápido, gosto de cozinhá-lo com calma, organizando os ingredientes já medidos e preparados sobre a bancada e verificando frequentemente o ponto dos grãos de arroz, entre um gole e outro do mesmo vinho utilizado na receita.

Certamente foi o calor deste inverno que me levou a almoços ainda mais frugais do que os jantares de meio de semana, até o dia em que o tempo virou e no primeiro friozinho da primavera preparei este risotto delicioso com os igualmente primaveris aspargos e um queijo cremoso, marcante como o camembert. Isto, três talinhos de salsão, um punhado de suas folhas para decorar e nada mais. Todo o brilho e protagonismo para os meus estimados aspargos!

Já expliquei -o quão detalhadamente pude -o passo-a-passo do risotto aqui e para preparar este basta utilizar o mesmo caldo e método, acrescentando os aspargos assados (receita adiante) na metade do cozimento do arroz, o camembert entra logo na sequência dos talos de aspargos, alguns minutinhos antes de desligar a panela e as pontas dos aspargos ao final, já com o fogo desligado, deixando as mais bonitas e fartas para a hora de servir.

obs. Como o camembert já adiciona cremosidade ao risotto e tem um sabor marcante que eu adoro, omiti a manteiga e o parmesão ralado ao final, mas se preferir utilize-os a gosto! 

Aspargos assados -para um risotto, um grelhado...para servi-los puros ou com Sauce Hollandaise ou o que mais sua imaginação permitir!


Ingredientes:

1 maço de aspargos;
sal pimenta e azeite a gosto;

Preparo;

1. Pré-aqueça o forno em 250ºC e forre um assadeira com papel alumínio,deixando uma sobra que dê para cobri-la.

2. Lave cuidadosamente os aspargos para não destroçar as pontas e corte a parte inferior dos talos (aprox. 3cm), descartando-a ou guardando em recipiente fechado na geladeira para utilizar no preparo de um caldo de legumes.

3. Regue o papel alumíniio com um fio de azeite e disponha os aspargos lado a lado, sem sobreposições. Salpique a pimenta do reino moída na hora, o sal e regue com mais um fio de azeite;

4. Cubra com o papel alumínio restante e feche bem as beiradas. leve ao forno por aproximadamente 15 min, descubra o papel alumínio e deixe no forno mais uns 5 minutinhos para tostar. Você quer que os aspargos fiquem macios mas ainda al dente, pois eles ainda serão brevemente cozidos no risotto.

5. Retire do forno e corte o talo em pedaços de 3-4 cm, reservando as pontas para os momentos finais do risotto e para a decoração do prato.




quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Torta mousse das amoras lá da minha praçona!

 
 
 
 
 
Quatro são os gigantescos pés de amora lá da praçona minha vizinha. E todos estão carregadíssimos que realmente não tenho vergonha de sair de casa com um pedaço de lona debaixo do braço, estendê-la sob os galhos curvados, fartos de tantos frutinhos, e chacoalhar até uma chuva de amoras madurinhas pontilhar de negro seu azul vinil.
 
A aventura rendeu uma baciada de amoras que virou geléia, suco e o recheio desta torta deliciosa que preparei numa noite calda de inverno.
 
A base da torta foi a mesma que fiz para a banoffee pie e ficou esfarelenta demais, como comentei aqui. Por isto, reitero a sugestão da bolocha de farinha integral ou aveia, a tradicional e doce bolacha maizena (omitindo o açucar, neste caso), ou ainda, para quem tem acesso, os 'digestive biscuits'.
 
Também vou adiantando que após este esfarelamento da base de bolacha cream cracker genérica de cesta básica, pesquisei umas receitas de digestive biscuits e já coloquei na minha lista imaginária de quitutes futuros ;-)
 
A idéia da torta não foi nada original mas ficou uma delícia. A base já estava pronta e devidamente refrigerada na forma, coberta com filme plástico e apenas aguardando seu misterioso recheio. Então lembrei-me da mousse de frutas vermelhas que preparei para a Charlotte de aniversário do Café e vislumbrei a oportunidade de começar a aproveitar aquela quantidade monstro de amoras recém apanhadas do pé.

Única modificação na receita original foi a quantidade de gelatina: reduzi para obter um recheio mais cremoso, já que para esta sobremesa caberia algo menos estruturado. Não fiz muito doce propositalmente, para não mascarar o açucar da fruta, muito mais saboroso. Se preferir, aumente a quantidade do açúcar, sobretudo se suas frutas não estiverem bem docinhas.
 
Meus críticos residentes gostaram do quitute, mas percebi que os bolos lhes causam muito mais entusiasmo. Doce impasse familiar, já que abro mão de quantos bolos vierem em nome de uma fatiazinha de torta, seja de fruta ou cremosa, firme, esfarelenta, quente, fria, chocolatuda... e vou parar de falar antes que eu desista de preparar o bolo que prometi esta manhã para o Chéri.
 
   
Torta mousse de amoras
 

Ingredientes:
 
Para a base da torta:
receita do blog Technicolor Kitchen 
 
rendimento: 1 base para torta de 25 cm e outra de 18cm, igual a da foto
 
(quantidades duplicadas da receita original)
  • 200g (1 pacote) de biscoito água e sal moído (no processador, liquidificador, ou no pilão mesmo, como fiz)
  • 4 c. sopa de açúcar cristal;
  • 1/2 xícara  (110g) de manteiga derretida
  • 1/4 c chá de sal
  
Preparo da base:

1. Pré-aqueça o forno em 180ºC. Numa tigela grande despeje o biscoito moído, misture o açucar e então junte a manteiga derretida, misturando tudo.
 
2. Cubra o fundo e as laterais da forma escolhida (de fundo removível, ou de fundo e laterais removíveis), pressionando bem a 'farofinha' com a ajuda de um copo.
 
3. Asse a base no forno pré-aquecido por 5-10 min, até que ela saia sequinha. Retire do forno, deixe esfriar um pouco, cubra a forma com papel filme e leve à geladeira até o momento de montar a torta. (A base pode ser preparada com antecedência de até cinco dias, período em que ela se conserva na geladeira)
  
 
 Para o recheio de mousse de amora: 
 
Ingredientes:
  • 400g de amoras lavadas e cabinhos removidos  e algumas inteiras para decorar (é uma chatice remover os cabinhos à mão, um por um, esfarelando cuidadosamente a polpa para não quebrá-los e impedir a remoção da parte interior. Se tiver um passa-verdura é o fim de seus problemas: use a peneira de furos mais grossos e a polpa preservará um bom tanto de sua consistência e os cabinhos são retidos na peneira. Também não sei como ficaria a mousse com cabinhos e tudo, de repente não faz tanta diferença, mas preferi removê-los, imaginando que não acharia agradável sentir farpinhas na mousse cremosa);
  • 40g de açúcar;
  • 3 fls de gelatina;
  • 400g de creme de leite fresco batido em ponto de picos suaves;
 
 Preparo do recheio:
 
1. Aqueça numa panela as amoras e o açúcar. Quando começar a levantar fervura e retire do fogo;
2. Enquanto isto, coloque as folhas de gelatina para hidratar em um pouco de água gelada por cerca de 3 minutos;
3. Retire a gelatina da água, esprema-a com as mãos para retirar o excesso de água e então misture-a na panela da polpa da fruta, mexendo bem para dissolvê-la por completo;
4. Enquanto esta mistura de frutas esfria bata o creme de leite na batedeira ate obter picos suaves;
5. Quando o purê de frutas atingir a temperatura ambiente junte-o ao creme batido, incorporando-o delicadamente para não desmontar o creme e até que tudo esteja homogeneizado;

Montagem da torta:

1. Quando o recheio estiver pronto retire a base da geladeira e despeje o recheio, cobrindo todo o fundo da base com a ajuda de uma espátula ou colher;

2. Espalhe algumas amoras inteiras na superfície para decorar.

3. Cubra a torta com filme plástico ou algo que o valha (para a torta não absorver os sabores da geladeira)  e refrigere até o recheio firmar - aproximadamente 4h ou da noite para o dia.
 
4. Sirva gelada.