sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Geleia de figo com baunilha e balsâmico [e pectina caseira]





Ultimo post do ano. Escrito às pressas nos últimos minutos antes de pegar a estrada rumo à terra do sol abundante, para festejar o fim de um ano excelente, o início de um que será ainda melhor e de quebra, o meu aniversário e o da minha irmã, da qual não fui gêmea por uma questão de míseros 365 dias! Parabéns para minha mãe também, que passou dois anos seguidos na maternidade, num calor desgraçado, enquanto todos se divertiam, ali do lado, nas areias de Copacabana!

Champagne foi o segundo líquido que experimentei e não parei até hoje de almejar borbulhas douradas da vida.

Finalizo 2013 no blog com uma receita de 2011, uma das minhas preciosidades não publicadas não sei bem por qual motivo. O fato é que vale a pena.

Já a algum tempo venho me arriscando no preparo de geleias e esta de figos está no top 5 dos meus críticos residentes. Uma pena que demorei para postá-la e a estação de figos passou, voltou, passou novamente e agora finalmente está de volta.

Festas de fim de ano para mim tem sabor de figo. Figos frescos, carnudos, doces e suculentos. Esta fruta que definitivamente é uma de minhas três preferidas (juntamente com fruta do conde e manga) também é deliciosa cozida, como nesta geleia que preparei anos atrás.

Tenho uma infinidades de coisas novas para contar e post a publicar, mas agora só no ano que vem.
Desejo a todos um excelente 2014, repleto de gostosuras, borbulhas e travessuras!

tin-tin!

Ingredientes:
  • 10 figos maduros;
  • 1/2 xic pectina caseira;
  • 1/2 xíc agua;
  • suco de 1/2 limão espremido;
  • 3/4 xic de açucar;
  • 1/4 xic de aceto balsamico;
  • 1 pitada de semente de baunilha;
pectina caseira:


  • 4 maças gala (usei somente as cascas, coroços e sementes);
  • água suficiente para cobrir uma panela de beiradas altas

Preparo:

  1. Comece pela pectina: despeje as cascas, coroços e sementes da maça numa panela, cubra com água e deixe ferver por uns trinta minutos. Se usar as maças inteiras deixe ferver até que a polpa fique bem macia. Retire do fogo e coe usando um coador bem fino de pano. Não esprema para não deixar a pectina turva e amarga. Volte o líquido ao fogo, deixe ferver novamente, desligue e armazene em potes de vidro bem fechados por até 3 meses. 
  2. Para a geleia, despeje o os figos cortados em pedaços e a água numa panela, de preferência, não reativa (com revestimento de esmalte) e cozinhe em fogo médio até os figos amaciarem e começarem a despedaçar;
  3. Adicione o restante dos ingredientes, diminua o fogo para baixo e deixe cozinhar até engrossar e atingir a espessura desejada. Isto depende do seu gosto. 
  4. faça o teste do pratinho para checar o ponto porque geleias enganam: depois de frias endurecem bastante. Durante o cozimento da geleia coloque um pratinho ou dois no freezer e, quando achar que já está quase no ponto pigue um pouco da geleia no pratinho. Gire-o e se a geleia demorar para escorrer e ficar enrugadinha na superfície é porque está pronta. Caso contrário deixe mais um pouco e repita o teste. 
  5. Depois de pronta deixe esfriar um pouco e transfira a geleia para potes de vidro esterilizados. Eu costumo esterilizar os meus no forno, lavando bem antes e deixando secar lá dentro. 
Sugestão de consumo: sobre torrados de pão francês e manteiga de amendoim :-)


domingo, 27 de outubro de 2013

Bolo cremoso de milho e as comidas típicas da Festa do Migrante




Semana passada tive uma experiência inédita e empolgante neste universo da culinária: fui jurada de um concurso de comida. A missão era árdua: provar e avaliar 37 pratos típicos de todas as regiões do Brasil, num período de 4 dias!

O concurso foi super organizado e fazia parte da primeira edição de um evento muito bacana que a Prefeitura de Hortolândia (cidade em que trabalho, localizada na região metropolitana de Campinas) promoveu - A Festa do Migrante. Como Hortolândia é um município jovenzinho de apenas 22 anos, habitado por pessoas que vieram das mais diferentes regiões do país, esta festa popular veio para prestigiar e e celebrar as raízes formadoras da identidade cultural da cidade. E nada mais expressivo da cultura de um povo do que sua alimentação, em minha humilde e tendenciosa opinião.

Por isto, já de cara curti participar do evento e quando recebi a apostila com a descrição de todos os pratos e os critérios de avaliação fiquei muito empolgada. Cada região do país foi representada e comidas de quase todos os Estados da Federação foram servidas por pessoas ligadas a Associações de bairros, grêmios esportivos, comunidades religiosas, ONGs, Cooperativas, etc. 

O mais gratificante é que participei e me diverti muito numa festa organizada, familiar e animada, que talvez nem teria ido não fosse o convite. Ao fim dos quatro dias experimentei comidas que não conhecia e conheci pessoas talentosas, batalhadoras e com boas histórias para contar. Aprendi um pouco também dessa coisa de ser jurada... o mais difícil é não comer mais do que três colheradas de cada prato, mesmo que tenha vontade de até repetir ;-)




Este simpático casal aí da foto foi quem preparou o melhor baião de dois que já comi na vida e que muito merecidamente venceu o concurso. Tive a honra de participar da premiação e conhecer um pouco mais da história deste senhor que desde os dezesseis anos pilota um fogão, já tendo passado por grandes buffets e restaurantes em São Paulo e Campinas. Hoje já aposentado ganha um prêmio que ao meu ver, de certa forma, prestigia e enaltece a carreira de uma vida inteira, não apenas o trabalho de uma noite. 

No balanço, com exceção de uns três ou quatro pratos que não me agradaram, havia muita comida boa nesta festa e o bolo cremoso de milho da D. Maria Aparecida de Oliveira Raimundo foi um quitute singelo das Minas Gerais que não passou despercebido. A casquinha crocante e dourada e o interior do bolo cremoso, macio e docinho, com um sabor delicado de milho verde mostraram todo o esmero e o carinho com que foi preparado.

Troféu mãozinhas de fada para ela! Graças aos deuses esta simpatia de pessoa me cedeu a receita, assim como o consentimento para publicá-la aqui no Café. Sorte minha, sorte de quem se aventurar. Sorte maior o fato desta ser uma das receitas de bolo mais fáceis e rápidas de se preparar. 

Assim que provei o primeiro pedaço fiquei inesperadamente aliviada. Tive a sensação de ter recuperado uma receita de vó, um segredo de família, de família mineira que cozinha no fogão a lenha, que faz goiabada no tacho e que conserva carne na lata de banha. 

E tudo isso é bão dimaaais sô!
Parabéns  e obrigada pela receita D. Maria!





Bolo cremoso de milho

receita da Maria Aparecida
tempo: 15 min de preparo + 50-60 min forno
rendimento: 1 forma retangular de aprox. 30cm x 20 cm



Ingredientes:

  • 400g de milho verde cozido ou 2 xícaras (ou ainda 2 medidas de lata);
  • 4 ovos;
  • 1 xíc de queijo ralado na hora (usei grana padano);
  • 1 e 1/2 xícara de açúcar (usei apenas 1 xícara);
  • 1/2 xíc. de farinha de trigo;
  • 2 xíc. de leite (ou a mesma medida que utilizou para o milho);
  • 3 c. sopa de manteiga cortada em cubos;
  • 1 c. sopa de fermento químico em pó;

Preparo:
  1. Unte e enfarinhe uma assadeira e pré-aqueça o forno a 180ºC;
  2. Bata todos os ingredientes no liquidificador até obter uma mistura homogênea;
  3. Despeja na assadeira preparada e leve ao forno (180ºC) até que a superfície esteja bem dourada, com algumas manchas mais marronzinhas e o bolo esteja firme ao balançar. (no meu forno levou 55 min). 
  4. Retire do forno e espere esfriar para desenformar. 




terça-feira, 22 de outubro de 2013

Espinafre e escarola cruas, refogadas e um ovo poché




Para este jantar prático de meio de semana, num dia de espírito desprovido de qualquer pretensão, lancei mão de um recurso que havia experimentado nesta salada de escarola aqui, que consiste basicamente em explorar diferentes estados de um mesmo alimento para multiplicar texturas e sabores em uma refeição  de poucos ingredientes.
Desta vez, além da dobradinha escarola crua e refogada, acrescentei a do espinafre, pois esta verdura também é deliciosa em ambas versões.  Para completar, um ovo pochê salpicado de pimenta do reino,  azeite e raspas de limão siciliano super frescas que pareceram integrar o ovo às folhas cruas e crocantes em que repousava, entremeadas de outras tantas macias e cozidas al dente.

Se eu pudesse criar uma meia dúzia de galinhas em casa esta poderia ser uma refeição totalmente autossuficiente,  já que as verduras vieram todinhas da minha horta. Enfim,  me contento com a expectativa de ver meu pé de limão siciliano dar frutos no próximo verão ;-)
  

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Shimeji na manteiga e o risotto das meninas.






O que as meninas fazem quando o chefe está fora?? Fazem risotto ora bolas! 

Aproveitamos a calmaria atípica de uma quinta feira ordinária em nossas vidas e conseguimos combinar aquele almocinho que há tempos ensaiávamos. Uma das amigas mora bem ao lado do trabalho e gentilmente nos ofereceu suas dependências de casa de revista para fazermos a bagunça nas panelas. 

E aí faço uma pausa para dizer que é deprimente visitar a casa das amigas arquitetas, cheia de design, cores  e coisinhas descoladas, além dos armários e móveis  ultraplanejados com mil e uma funcionalidades. Fiquei com vergonha da mesinha que eu e Chéri inventamos com uma bobina de papelão grosso achada numa construção, pintada de amarelo e com tampo de discos de vinil sobrepostos. ;-0

Porque deveria ser rápido e gostoso é óbvio que preparamos um risotto. Já levei o caldo que havia feito naquela mesma manhã em casa e com três ajudantes divertidas e tagarelas foi quase num piscar de olhos que tudo ficou pronto. Como já publiquei vários preparos de risotto no blog e neste post faço uma explicação mais detalhada para quem ainda não tem muita prática no negócio, o que pensei  foi em deixar detalhes sórdidos da receita do meu último vício de consumo repetitivo: Shimeji na manteiga. 

Uma indecência de bom.

Puro, completando uma salada ou neste risotto que fizemos combinando-o a cogumelos paris salteados e aspargos grelhados, faz uma refeição saborosa, nutritiva e mega prática, coisa de 10 minutos e o jantar está servido. 


Shimeji na manteiga

rendimento: 1-2-3 porções, depende do quanto a pessoa gosta e quer comer
tempo de preparo: 10 min + 8 na frigideira;


Ingredientes:
  • 200g de shimeji branco ou preto;
  • 1 c. sopa de manteiga;
  • 1 c. sopa de shoyu (ou o quanto lhe baste);
  • 1 splash generoso de saquê culinário;
  • 1 c. chá de óleo de gergelim torrado (opcional);
  • cebolinha picada a gosto;
  • sal e pimenta do reino moída a gosto;

Preparo:
  1. Separe o shimeji em filetes individuais, assim como você faria com brócolis ou couve-flor cozidos;
  2. Lave rapidamente, escorra e seque bem com um pano de prato ou simplesmente limpe eventuais impurezas de terra com uma toalha de papel, sem lavar. (Eu não costumo lavar nenhum tipo de cogumelo, só limpar, mas como a maioria das receitas que encontrei por aí indicava a lavagem, acabei fazendo assim. Não acho fundamentalmente necessário e com certeza sem lavar juntará menos água no cozimento);
  3. Aqueça bem uma frigideira de beiradas altas e derreta a manteiga;
  4. Sempre em fogo alto, adicione o óleo de gergelim torrado;
  5. Despeje o shimeji de uma vez na frigideira e salteie até amaciar (5 min, aproximadamente);
  6. Junte o saquê culinário e o shoyu (lembre-se que o shimeji soltará água então não exagere nos líquidos) e mexa vez ou outra;
  7. Experimente e cozinhe até atingir a consistência de sua preferência, acerte o tempero, colocando sal, se necessário e a pimenta do reino moída na hora;
  8. Sirva com cebolinha fresca picada;

Para o risotto:

rendimento: 4-5  mulheres elegantes pessoas comedidas,
tempo de preparo: 30 min + 20 de cozimento (com o caldo já pronto. se for fazer o caldo aumente uns 20-30 min)

Ingredientes:
  • 1 e 1/2 xíc. de arroz arbóreo ou carnaroli;
  • 1 e 1/2 xíc. de vinho branco seco;
  • 1 litro de caldo de legumes;
  • 1 cebola média picada finamente;
  • 400g de shimeji branco ou preto;
  • 200g de cogumelo paris fresco (ou outros de sua preferência);
  • 1 maço de 400g de aspargos frescos;
  • 50g de manteiga sem sal;
  • 1 fio de azeite;
  • 1 e 1/2  xíc. de queijo parmesão de boa qualidade ralado na hora;
  • cebolinha para decorar;

Preparo:
  1. Prepare o shimeji como indicado e salteie os cogumelos paris fatiados com manteiga numa frigideira bem aquecida e reserve;
  2. Descarte a base branca e fibrosa de cada talo de aspargo fresco, lave e corte o restante em pedaços de 3-4 cm. Grelhe com um pouquinho de azeite, sal e pimenta até ficar al dente e reserve;
  3. Coloque o caldo para esquentar, rale o queijo, pique a cebola e deixe todos os ingredientes preparados, próximos ao fogão;
  4. Numa panela ou frigideira de boca larga e beiradas altas, em fogo médio alto, derreta 20g da manteiga com um fio de azeite (para não queimar a manteiga) e refogue a cebola até amaciar;
  5. Junte o arroz e mexa constantemente, até perceber que o grão vai ficando transparente nas beiradas. Abaixe um pouco o fogo se necessário;
  6. Despeje o vinho e mexa até quase secar;
  7. Mantenha o caldo aquecido e vá juntando ao arroz, uma concha por vez. Complete sempre antes de secar para não queimar e vá provando até sentir o grão firme no centro, mas que não esfarele na mordida;
  8. Neste ponto acrescente os cogumelos (com os respectivos caldos, pelamordedeus!) e os aspargos (guarde algumas pontas floridas para guarnecer os pratos);
  9. Misture e prove para verificar o sal. Acerte se necessário, lembrando que você ainda acrescentará uma boa quantidade de queijo;
  10. Junte um pouco mais de caldo, se necessário, ou deixe evaporar o caldo existente para que o seu risotto escorra no prato ligeiramente. Deixe um ponto mais cremoso do que você gostaria no final, pois ele firma ao esfriar e ainda tem o queijo ralado que absorve um pouco o seu caldo;
  11. Desligue o fogo, misture o restante da manteiga e o queijo ralado, reservando um pouco dele para servir à mesa. Tampe a panela e aguarde uns 2 minutinhos para tudo se amalgamar;
  12. Sirva imediatamente cada porção, decorando com as pontas de aspargos, quijo ralado e uma boa salpicada de pimenta do reino moída na hora;
  13. Aprecie com meia taça de vinho e volte ao trabalho com um sorriso disfarçado de quem comeu almoço de domingo em plena quinta feira e não pode contar para ninguém  ;-)


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Pannacotta de cardamomo e leite de cabra com calda de manga e leite de coco






Foi chegando o fim da semana passada e ainda me encontrava num dilema existencial insuperável: preparar um Gateau Saint Honoré ou Tiramisú no sábado? Isto para seguir à risca a estratégia de saciar a gula acumulada de 7 dias com um doce sensacional, que faça valer a pena a espera. Prós e contras pra cá, prós e contras pra lá e um pensamento que não saía da minha cabeça era o leite de coco e o de cabra já abertos dando sopa na geladeira. 

O medo de perder ingredientes preciosos superou  o dilema e resultou nesta sobremesa super fancy. O leite de cabra, usado aqui em quantidade módica, conferiu um sabor almiscarado e faz prolongar o gosto da pannacotta na boca. Posso dizer que o cardamomo combinou incrivelmente com o leite de cabra e que pretendo utilizar esta dupla em outras aventuras culinárias.

A calda de manga, mais uma vez, foi inspirada na ojeriza ao desperdício. Eu e Chéri caímos no conto da manga promocional no mercado e arrematamos três frutos aguados e meio que sem gosto. Isto é o que dá comprar frutas fora da estação. (tisc tisc). Pois então... sobrou uma manga que definitivamente não me apetecia ao natural. Para não descartá-la, pobrezinha, fiz esta calda com açúcar e leite de coco. 

E já que eu tinha coco fresco congelado no freezer e comecei a achar a sobremesa cheia de frescura, por que não lhe incrustar uma bela crista na superfície, de lascas crocantes de coco tostado?

Como diria minha irmã e meu cunhado: Ó glória!


Pannacotta de cardamomo com calda de manga e coco

rendimento: 500ml
preparo: 20 min + 4 horas de geladeira


Ingredientes:
  • 1 3/4 xíc. de creme de leite fresco;
  • 1/4 xíc. de leite de cabra;
  • 2 c. chá de gelatina sem sabor em pó;
  • 1/2 xíc. de açúcar;
  • 5 bagos de cardamomo, sementes removidas do bago com uma faquinha e triturada no pilão;
para a calda:

  • polpa de uma manga grande cortada em cubos;
  • 2 c. sopa de leite de coco (ou o quanto baste para você);
  • 2 c. sopa de açúcar (ou o quanto baste para você, dependendo da doçura da fruta;
  • lascas de coco fresco tostadas na frigideira para decorar (opcional);

Preparo:

  1. Num potinho pequeno despeje a gelatina em pó e cubra com água filtrada apenas o quanto baste. Deixe gelatinar;
  2. Numa panela em fogo médio baixo aqueça o açúcar  o leite de cabra com o creme de leite e as sementes de cardamomo. Cozinhe por uns cinco minutos sem deixar ferver, até o açúcar derreter, desligue o fogo e tampe a panela;
  3. Após dez minutos (tempo para infusão das sementes de cardamomo) destampe a panela e aqueça novamente se estiver morno. Quando começar a querer ferver desligue o fogo e misture a gelatina coagulada no leite da panela. Mexa bem ou bata com um fouet para não restar grumos de gelatina;
  4. Passe numa peneira para coar as sementes de cardamomo e eventuais gruminhos insistentes de gelatina. Para facilitar coe esta mistura numa jarra ou copo medidor com bico;
  5. Distribua nos potinhos que pretende servir e, se deseja desenformar a pannacotta lembre-se de umidecê-los com água antes;
  6. Cubra com filme plástico e leve à geladeira para firmar (aproximadamente 3-4 horas);
Preparo da calda:
  1. Bata todos os ingredientes no liquidificador ou processador até obter uma mistura homogênea. prove e acerte o açúcar e o leite de coco, se for o caso;
  2. Despeje a mistura numa panelinha e aqueça em fogo médio por alguns minutos, apenas para os sabores amalgamarem e a polpa engrossar um pouco;
  3. Deixe esfriar na geladeira ou em temperatura ambiente e quando a pannacotta já estiver firme cubra-a com a calda de manga;
  4. Antes de servir toste umas lascas de coco fresco numa frigideira bem aquecida (sem azeite, manteiga, nada) e decore.
Obs. Dura uns 4 dias na geladeira.







terça-feira, 1 de outubro de 2013

Sopa de cebola francesa para brindar os últimos sopros de inverno.









Bom dia outubro! E para meu deleite iniciamos o mês com céu nublado e ventos frios, talvez os últimos sopros do inverno... tentando roubar uns diazinhos dos próximos 150 e tralalá de calor tropical escaldante. Quem pode julgá-lo, não é mesmo? 

E para aproveitar esta onda nada melhor do que uma sopa reconfortante ao cair da noite. E esta é daquelas que aquecem o corpo e a alma dos gulosos com este naco de pão amanteigado e coberto de queijo gratinado. 

Paciência é a chave da receita pois as cebolas demoram uns bons 45 minutos para caramelizar e adquirir este tom castanho escuro que revela o ponto da mais alta gostosura que uma cebola pode atingir. É quase um doce! E aí a importância do vinho branco seco que equilibra os sabores. 

Escolha um pão de casca resistente, porém não muito dura porque você vai querer cortá-la com a colher que está comendo a sopa. E chega de recomendações, siga seus instintos quanto ao tempero e espessura do caldo e Bon appétit!



Sopa de cebola francesa
(adaptada do Simply Recipes e outros sites consultados) 

rendimento: 6-8 porções
tempo de preparo: 2h-2h30min.


Ingredientes:
  • 6 cebolas cortas em meia lua fina;
  • 2 c. sopa de manteiga;
  • 8 xíc. de caldo de carne (usei de frango porque era o que eu tinha);
  • 1/2 xíc. de vinho branco seco;
  • 1 folha de louro;
  • ramos de tomilho a gosto;
  • sal e pimenta do reino a gosto;
  • 6-8 fatias  (uma para cada porção) de baguette francesa cortadas na espessura de 1 dedo (ou outro pão de casca resistente) levemente tostadas dos dois lados com manteiga em uma frigideira bem bem quente;
  • 1 xíc de queijo gruyere ralado (ou parmesão)

Preparo:
  1. Numa panela grande de fundo grosso derreta a manteiga e em fogo médio-baixo despeje toda a cebola para caramelizar. mexa de vez em quando para desgrudar a cebola do fundo e não deixar queimar.
  2. As cebolas irão murchar e reduzir bastante de tamanho e quanto atingirem uma cor marrom escura acrescente o tomilho e afolha de louro. mexa para mistura os sabores;
  3. Acrescente o vinho e mexa;
  4. Acrescente o caldo de carne ou frango, misture e cubra parcialmente a panela e deixe fervendo por uns 30-40 min., o suficiente para os sabores se amalgamarem. Pré aqueça o forno a 200ºC;
  5. Tempere com sal e pimenta a gosto, prove, acerte o tempero e retire a folha de louro e os ramos de tomilho;
  6. Distribua a sopa em potinhos ou prato de servir e coloque uma fatia de pão (já preparado conforme instruções no ingrediente) em cada porção e cubra generosamente com o queijo ralado;
  7. Leve ao forno pré aquecido apenas o suficiente para gratinar o queijo e sirva.







terça-feira, 24 de setembro de 2013

David lebovitz, Julia Child e uma Mousse de chocolate sensacional







A despeito das poucas dezenas de livros de culinária que habitam minha estante da sala, bem próxima à cozinha, frequentemente busco, encontro e preparo receitas publicadas na internet. Sobretudo de blogs, onde é possível, por vezes, sentir-se na cozinha alheia e aprender com a experiência, a percepção e também com os erros de quem prepara e compartilha a receita. 

Este relato detalhado, cheio de impressões e histórias que envolvem a narrativa de uma receita, além de brinde ao leitor, tem sobre mim um poder de convencimento, de segurança ao escolher um quitute para cozinhar. 

E então como eu estou já estou no meio do caminho da minha meta de emagrecimento do ano e isto se deve, grande parte, ao consumo de apenas e somente um doce por semana, tornei-me ultra seletiva na escolha do doce. E foi por isto que encasquetei que semana passada o doce seria "A" mousse de chocolate. 

Daí fiz uma pesquisa rápida e, de todas as receitas que percorri, incluindo um  vasto passeio em minha mini biblio gourmet, foi a Mousse de chocolate que encontrei no delicioso e infalível blog do David Lebovitz que me convenceu de que estaria preparando uma mousse fantástica, digna de saciar a gula acumulada da semana. 

Na minha conta de padeiro, o fato de não levar creme de leite e a promessa de um sabor denso de chocolate numa estrutura aerada e sedosa sobrepuseram a complexidade de passos no preparo e a quantidade de louças para lavar findo o processo. Além disto, um ponto extra foi o fato de ser uma receita "old school" da inspiradora Julia Child: certeza de coisa boa e aprendizado. Já que Chéri me ajudaria a bater o creme de gemas com o fouet, enquanto eu bateria as claras em neve em outra tigela, também com fouet (old school, minha gente!) a decisão foi tomada. 

E foi a coisa certa. Esta mousse incrível, perfeita, fez valer a pena a espera da semana e cada colher saciou minha gula, sem culpa, sem desperdício de calorias. Valeu cada uma delas.  

Servi de sobremesa no almoço com pistaches (trazidos da Itália por um precinho camarada) levemente tostados e no repeteco do jantar com morangos frescos. Não sei dizer qual a melhor combinação. Imagino que pura com um pouquinho de cacau em pó polvilhado na superfície fique elegantérrima. 

Use chocolate de boa qualidade, manteiga de boa qualidade e ovos caipiras e/ou orgânicos super frescos: é um doce de poucos ingredientes, em grandes quantidades cada um deles e por isto seus sabores aparecerão no resultado. 


Mousse de Chocolate 'perfeita' da Julia Child
receita disponível em inglês aqui

tempo de preparo 40 min + 4h de geladeira
rendimento: 6-8 porções


  • 170g de chocolate amargo ou semi amargo de boa qualidade, picado;
  • 170g de manteiga sem sal de boa qualidade, cortada em cubinhos;
  • 1/4 xíc. (60ml.) de café coado ou feito na prensa ou moka;
  • 4 ovos grandes, claras e gemas separadas;
  • 2/3 xíc. + 1c. sopa (170g) de açucar;
  • 2 col. de sopa de rum (30ml.) (usei marsala);
  • 1/2 col. de chá de extrato de baunilha;
  • uma pitada de sal;



Preparo:

Para esta receita você irá precisar de: 
  • 3 tigelas de vidro ou outro material resistente ao calor;
  • 1 tigela ou bacia grande o suficiente para caber a tigela que você usou para o banho maria;
  • 1 panela para encaixar suas tigelas sem tocar o fundo;
  • 1 batedeira de mão (item opcional mas verdadeiramente útil se você não quiser morrer de dor ao bater tudo com o fouet);
  • 1 fouet;




  1. Derreta a manteiga, o chocolate, e o café em banho maria. Para isto escolha uma tigela de vidro ou outro material resistente e uma panela cujo diâmetro sirva para você apoiar a tigela sem encostar no fundo. Despeje nesta panela uns 3 dedos de água e aqueça até ferver. Abaixe o fogo para obter uma fervura branda. Neste ponto, coloque a tigela com a mistura de chocolate/manteiga/café sobre a panela e mexa até derreter; Remova para a bancada e reserve;
  2. Enquanto o chocolate derrete encha até a metade uma tigela bem grande com gelo e água;
  3. Em outra tigela que você utilizará sobre a panela com água fervente misture as gemas, 2/3 de xíc. de açucar, rum e a água e vá batendo com o fouet (OU COM A BATEDEIRA DE MÃO, AHÁ!) até a mistura ficar espessa, clara, quase em ponto de fita;
  4. Retire da panela e encaixe na tigela com água e gelo e bata com o fouet até esfriar e adquirir a consistência de fita;
  5. Retire a tigela do molho de água gelada e incorpore a mistura de chocolate derretido;
  6. Em outra tigela limpa bata as claras com o sal até formar uma espuma que se sustenta. Adicione a colher de açúcar restante e continue batendo com o fouet até obter picos suaves. Por último, acrescente o extrato de baunilha;
  7. Incorpore 1/3  das claras batidas na mistura das gemas e chocolate. Os outros 2/3 incorpore delicadamente à massa, com uma espátula em movimentos de baixo para cima. A ideia aqui é incorporar volume então quanto menos manipular a massa, melhor;
  8. Distribua a mousse em tigelas individuais ou numa única. Cubra com papel filme e leve à geladeira por 4h para firmar.
  9. Sirva com morangos frescos, pistaches tostados, polvilhada com cacau ou simplesmente pura. Divina, divina!
A mousse dura até 4 dias na geladeira, mas duvido que consiga esperar tanto!


terça-feira, 17 de setembro de 2013

Voltando com uma Tapenade do que se tem na despensa






Breve explicação do longo sumiço: estudo, estudo, estudo. Em toda brecha que se abria em minha agenda mega atribulada concentrei esforços num projeto que já iniciou no modo 'sprint' e agora, após quase três meses, inaugura o ritmo de uma pessoa normal que almeja comer anchova, ameixas, castanhas variadas e cogumelos frescos sem comprometer suas finanças.

Cada vez que vou ao mercado é uma facada e a missão de levar para casa frutas e verduras que custam menos de R$4,99 o quilo tornou-se quase impossível. Cada vez tenho mais orgulho da minha hortinha que agora está repleta de umas 16 berinjelas guerreiras criadas sob a secura do fim do inverno. Cada vez vejo menos embalagens na geladeira e ainda assim mais suor para fechar as contas no fim do mês. 




 Não me preocupa trocar o carro que finalmente acabei de pagar. Também não me preocupa adquirir aquela peça de roupa que está na última moda... aliás, eu nem sei o que está na última moda e isto não torna minha existência miserável.

Comida de verdade é mais cara que comida de astronauta e isto me preocupa. Numa bela manhã de domingo optar por não preparar um risotto porque o vinho, a manteiga e o parmesão que não parece cera ao ralar tornaram-se proibitivos à certa altura do mês me preocupa e me aborrece.   

E os ingredientes fuleiros da cesta básica do Chéri que empacam na despensa também me aborrecem. Aí que arrumar um destino digno às azeitonas verdes pequetiticas em conserva -que mais tinham caroço que carne- se torna a libertação do mau humor e enche meu dia de uma perspectiva auspiciosa. Ainda conseguimos tirar leite de pedra... Viva o Brasil  Bananão tupiniquim! 

Assim eu lhes deixo a receita de Tapenade que salvou o meu dia. Ao invés de processar para uma textura  pastosa você pode apenas triturar no pilão. Ao invés de azeitonicas verdes genéricas você pode usar belas e carnudas azeitonas chilenas. Você também pode substituir a uva passa por figos turcos secos, as sementes de girassol por macadâmias ou amêndoas, e ainda acrescentar lindos filés de anchova em conserva no lugar da alcaparra. Ou mesmo os dois. 

Mas se fizer do jeitinho que eu fiz, assim low cost, garanto que fica uma delícia... notadamente sobre um fatia  de pão francês (ou ciabatta, melhor ainda!) ou num belo sanduíche de peito de frango ( ou peru!) assado e suculento, tomates e alface crespa (que também pode ser romana, é um pouquinho mais cara mas muito melhor!).





Tapenade

rendimento: 1 xícara.
tempo de preparo: 15 minutos

Ingedientes

  • 1 e 1/2 xíc. de azeitonas verdes descaroçadas (ou outra de sua preferência);
  • 1/2 xíc. de sementes de girassol levemente tostadas na frigideira (ou amêndoas, pecans, macadâmias, pinoles... o que seu bolso permitir);
  • 3 c. s. de azeite de boa qualidade;
  • 1 c. sopa de alcaparras;
  • 2 c. sopa de uva passa;


Preparo:

Junte todos os ingredientes e processe no processador de alimentos até adquirir a consistência desejada, acrescentando, um pouco mais de azeite, se necessário, ou triture no pilão para deixá-la granulada e pedaçuda. Questão de gosto ou paciência... NÃO USE SAL!


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Bolinho Veludo Vermelho e cobertura de cream cheese para o dia dos namorados



E não é que preparei os bolinhos clássicos americanos do dia dos namorados, bem no dia dos namorados!!!

A surpresa é porque nunca consigo me programar para fazer receitas de ocasiões especiais nas ocasiões especiais. Faço pannetone depois do Natal,  canjica e pé de moleque em março, bombons de chocolate três semanas depois da Páscoa, e por aí vai... obviamente não nutro grandes apegos a estas datas. No entanto, gosto da parte das comidas que marcam acontecimentos e constroem memórias.

Aconteceu que desta vez eu precisava preparar uns bolinhos para ajudar meu filho na festa de formatura (9º ano, Meus Deus!) e o dia de levar os quitutes para  a escola era justamente hoje. Então me lembrei do programa do Chuck Hughes que assisti no sábado ou domingo no qual, coincidentemente, ele preparou os red velvets.

A receita era incrivelmente simples e decidi que seria este o quitute a preparar. Os sabores "mundialmente aceitos" de baunilha e cream cheese garantiram a paz do meu filho -ele temia que eu fizesse qualquer coisa com cardamomo, sementes de papoula, pimenta rosa, água de flor de laranjeira ou outra destas iguarias que seus colegas supostamente não estão familiarizados- era o que havia por trás da sua imediata advertência à minha pergunta:

-Huum filho,  bolinhos do que podemos preparar?
- Mamãe! Você precisa pensar no público!
O resultado foi como o esperado: bolo úmido e fofinho, cobertura doce e cremosa e uma aparência mítica e convidativa. Definitivamente não é um bolo que farei toda a semana, até porque o vermelho vivo exuberante é obra do corante alimentício que não quero lançar mão frequentemente.

O doce é um pouco demais para mim e sinto falta da complexidade de sabores (que consigo com aqueles ingredientes frufrus, por exemplo..), mas por outro lado, o vermelho intenso da massa em contraste com o branco neve e sedoso da cobertura é uma combinação visual tão estimulante e traz consigo aquela sensação de luxúria e fantasia que até faz você compreendê-lo como ícone do dia dos namorados ;-)


Bolinhos Veludo vermelho com cobertura de cream cheese de baunilha
receita do programa do Chuck, disponível no site GNT
preparo: 15min + 30 de forno
rendimento: 24 bolinhos
Ingredientes:
  • 2 ovos
  • 1 ½ xícara de açúcar (375 ml)
  • 1 ½ xícara de óleo de canola (375 ml)
  • 1 xícara de iogurte natural (250 ml)
  • 2 colheres de sopa de corante vermelho para alimentos (30 ml)
  • 1 colher de chá de vinagre (5 ml)
  • 1 colher de chá de extrato de baunilha (5 ml)
  • 2 ½ xícaras de farinha de trigo (625 ml)
  • 1 colher de sopa de cacau (15 ml)
  • 1 colher de chá de bicarbonato de sódio (5 ml)
  • 1 colher de chá de sal (5 ml)
Preparo:
  1.  Pré aqueça o forno em 180ºC e forre as formas de cupcake com forminhas de papel (não é necessário untar);
  2. Bata no processador (ou liqui) os ovos, açucar, óleo, iogurte, corante, vinagre e extrato de baunilha; 
  3. Acrescente o restante dos ingredientes e bata até tudo se misturar;
  4. Distribua a massa entre as forminhas, preenchendo até a metade e asse por 30 minutos, virando a forma na metade do tempo. Faça o teste do palito para ver se está pronto;
  5. Retire do forno e deixe esfriar completamente antes de colocar a cobertura;

Cobertura de Cream cheese de baunilha


Ingredientes:
  • 200g de cream cheese, em temperatura ambiente;
    1/2 xícara (100g) de manteiga sem sal em temperatura ambiente;
    2 1/2 xícaras de açúcar de confeiteiro, peneirado;
    1 c. chá de extrato de baunilha
Preparo:
  1. Na tigela da batedeira bata em velocidade média a manteiga e o cream cheese até obter uma mistura cremosa;
  2. Junte o extrato de baunilha e bata em velocidade alta. Aos poucos e em velocidade alta vá acrescentando o açúcar, checando o ponto a cada adição, até chegar a consistência almejada. (Eu utilizei 2 xícaras de açúcar de confeiteiro pois queria uma cobertura bem firme);
  3. Se achar que está firme demais acrescente um pouquinho de leite ou creme de leite fresco, se achar que está ainda muito mole acrescente mais açúcar de confeiteiro;
  4. Coloque no saco de confeitar (usei o bico pitanga) e enfeite os bolinhos, ou, se preferir,cubra a tigela com papel filme e guarde na geladeira (por até o dia seguinte) até o momento de decorar;

 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Pizza sem farinha: massa crocante de couve flor e legumes refogados para o jantar




Fiz esta pizza há mais de um mês e já estou quase repetindo a receita (talvez neste fim de semana), quando decidi resgatá-la em caráter prioritário do limbo dos meus post-rascunhos. Nem tenho explicação pela demora em publicá-la, pois é uma receita inovadora e de resultado surpreendente, daquelas que superam as expectativas de uma refeição sem carboidrato.
Não gosto de classificar minhas refeições por grupos nutricionais, mas vejo-me em algumas situações impulsionada a fazer isto por causa da dieta que a nutri me passou proibitiva de carbs no jantar.  
Como bem me lembrou uma amiga minha que desde os 16 anos quero perder uns três quilinhos (tá bem, tá bem, confesso que atualmente está mais para uns 5 quilinhos...), de vez em quando resgato a dieta e fico maluca no jantar, pois é uma refeição que faço com a minha família e as opções mais sedutoras e práticas geralmente envolvem um pãozinho, uma massa, um grãozinho... - que tb não pode de noite :-( 
Então esta receita de pizza sem farinha veio a calhar. E o resultado foi incrível: uma massa crocante e saborosa, que não se desfaz e carrega com super dignidade todos os ingredientes da cobertura.
Eu juro para vocês que não fica aquela coisa esquisita de comida natureba (tipo feijoada vegetariana aaargh!). Prova disto é que meu filho adolescente intolerante com alimentação funcional (aquela mais preocupada com nutrientes do que sabor, sabe?) comeu quase metade da pizza e me pediu para fazer mais vezes!
Agora que já fiz a versão pizza, me deu um estalo e acho que vou arriscar fazer esta massa de couve flor no formato de barrinhas ou mini tortinhas e servir de aperitivo, com queijo gratinado e outras coisinhas que ainda vou matutar!

 Com um processador de alimentos (que não tenho - óóóóó -bati no liqui mesmo) o trabalho é simples. O único incomôdo é a desconfiança sobre aquela massa estranha e úmida de couve flor que parece mesmo que não vai funcionar. Não julgo quem pensar assim pois eu também fiquei com mil pulgas atrás da orelha, mas funciona! E é uma delícia!
Pizza de massa de couve-flor
inspirada na receita do blog Vintage Mixer
tempo de preparo: 1h
rendimento: 1 pizza média para 4 pessoas
Ingredientes:

Para a massa de couve-flor
  • 1 couve flor pequena, só os floretes.
  • 1 c. chá de manjericão fresco;
  • 1 c. chá de orégano fresco;
  • 1 c. chá de salsinha fresca;
  • 1 c. chá de sal;
  • 1/2 xícara de queijo mozzarela ralado (ou outro queijo de sua preferência)
  • 2 ovos;
  • farinha de milho, para polvilhar a pedra ou assadeira;
Para a cobertura da pizza:
  • molho de tomate (o quanto baste para cobrir a massa -eu uso tomate pelado com azeite, sal, pimenta e uma pitadinha de açucar, tudo amassado com um garfo)
  • 1/2 xíc. de queijo mozzarela ralado;
  • 1 abobrinha italiana pequena coraada em cubos médios;
  • 1 pimentão vermelho pequeno cortado em cubos médios;
  • 1 cebola grande picada em cubos;
  • 1 tomate grande tipo italiano cortado em cubos médios;
  • sal, pimenta e azeite o quanto baste;
  • folhas de manjericão para decorar;
Preparo:
  1. Pré aqueça o forno em 180º C;
  2. Corte os floretes da couve -flor em pedaços pequenos e processe no processador até obter uma consistência granulada, como grãos de couscous ou quinoa;
  3. Despeje numa tigela grande e misture o sal, as ervas picadas, o queijo ralado e os ovos (aconselho bater levemente os ovos numa tigelinha antes, para facilitar a mistura) A massa de couve flor ficará úmida;
  4.  Espalhe um pouco de fubá na assadeira ou na pedra de forno para evitar que a massa grude;
  5. Coloque a misura de couve flor no centro da assadeira/pedra (esprema a massa com as mãos antes de colocar na assadeira para retirar o excesso de líquido da massa) e com as mãos vá pressionando esta massa, espalhando-a por toda a superfícia da assadeira ou até atingir uma espessura de 0,5 cm; 
  6. Asse por 20 minutos e então aumente a temperatura do forno para 200ºC e asse por mais 10 minutos ou até a massa adquirir coloração marrom-dourada;
  7. Enquanto a massa assa no forno prepare os legumes para cobrir a pizza: refogue a cebola no azeite até amaciar e acrescente os legumes. Junte o sal e a pimenta e refogue brevemente, apenas até ficarem al dente. Reserve;
  8. Retire a massa do forno e aumente a temperatura para 220-230ºC;
  9. Espalhe sobre a massa o molho de tomate, os legumes refogados, o queijo ralado e por último as folhas de manjericão;
  10. Asse novamente por 5 minutos ou o tempo suficiente para o queijo derreter.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Café da manhã reconfortante: Mingau de aveia com lascas de pêra, avelãs tostados e coco seco ralado na hora









Seis horas da manhã. Céu cinza, folhas debatendo-se violentamente na árvore sacudida pelo vento que sopra fininho e gotas respingadas no vidro da janela da sala. Do lado de dentro da casa, sentados à mesa, mãe e filho de pijamas de flanela, meias grossas, chinelos.  

Não é o cenário perfeito para um mingau de aveia com coisinhas gostosas?

Para mim (e felizmente para o meu filho também)  mingau é a expressão de comfort food de café da manhã: bem cremoso, quentinho e com gosto dos dias frios da infância. Puro mimo.

Nesta versão aproveitei minhas amadas avelãs e as torrei rapidamente numa frigideira bem quente. Cozinhei o mingau (2 xícaras de leite integral + 5 c. sopa de farinha de aveia + 1 colher de sopa de aveia laminada) até ficar bem cremoso. Adocei com néctar de agave e na hora de servir, além das avelãs tostadas, ralei um pouco de côco que sempre tenho no congelador em pedaços e fatiei uma pera ercolini para trazer um sabor fresco e suculento ao mingau.

Comemos com uma xícara de chá de baunilha e gengibre e então tive que me vestir às pressas para ir trabalhar. O filhote ficou em casa curtindo o restinho de gripe embaixo das cobertas e ao final do dia estava recuperado, pronto para encarar a friaca ainda maior de Curitiba no feriado :-)


terça-feira, 21 de maio de 2013

Parfait brasileirinho com caqui e farofa de pé de moleque






Domingo passado, após um ano de minha última participação numa prova de corrida, voltei às pistas. Longe da louvável performance de 21k na patagônia argentina, cruzei a linha de chegada ofegante, capenga e exaurida: 7 km de puro desconforto!

Orgulho e vaidade abaladas por um ínfimo rendimento de 50 min, ainda assim restou uma pontinha daquela sensação de bem estar e superação, cansaço do bem e dever cumprido. Medalha! Medalha, medalha!

Voltei para casa cheia de vontade de voltar a treinar regularmente, correr 10km com um pé nas costas, longão de 15km no fim de semana... e de preparar um parfait para saciar a minha fome de coisas saudáveis pós treino/corrida.

Catei meu potão de iogurte grego caseiro que nesta leva atingiu uma cremosidade incrível, resgatei dois caquis da última safra da árvore da escola do filhote, gentilmente apanhada e cedida pelo seu Luís, mel e as sobras esfareladas do melhor pé de moleque do Brasil, produzido em Piranguinho -MG que ganhei da minha irmã.

Distribuí em camadas numa taça ajeitadinha que tenho em casa e, só porque gosto de enfirular, torrei brevemente numa frigideira um punhado de lascas de amêndoas e joguei por cima de tudo.

Miaaam! Um quitute saudável para abrilhantar o café da manhã: equilibrado, delicioso, cheio de texturas e sabores e de preparo sem esforço, porque todos os meus esvairam-se na corrida!








sexta-feira, 3 de maio de 2013

Pastel de forno com recheio de legumes por uma rede gloriosa de escambo






Nestes últimos meses tenho experimentado uma das coisas mais bacanas que este mundo da culinária e do plante-você-mesmo me proporcionou: o escambo de guloseimas, conservas, quitutes, frutas, verduras, sementes... tudo isto acompanhado de gentileza e boas idéias. 

O meu Chéri -que há tempos renegou o uso fácil e indiscriminado do automóvel como meio de transporte-  me mostrou como conseguiu articular uma rede sólida e farta de caronas que, além de representar uma significativa economia de stress e dinheiro, lhe rende boas companhias e um tempo extra de leitura ou simples atitude contemplativa impossíveis sob a tensão do volante.

E então que de uns tempos para cá me vi também envolta por uma rede farta e sólida, porém de troca de víveres e receitas. Se ainda não consigo me libertar da (in)comodidade do carro, aos poucos estou trocando várias idas ao supermercado sempre cheio  por um desapressado passeio na minha horta, onde colho verduras mais tenras, saudáveis e na quantidade suficiente para esta ou aquela refeição -sem sobras fadadas à deterioração de sabores!



Daí um pulo para oferecer orgulhosa aos queridos um pé de escarola de sua produção e depois de uns dias receber uma conserva de gengibre ou uma caponata caseira toda especial. Outro dia  recebo uma muda de pimenta do reino e ofereço frutos da nossa primeira produção em vaso de jalapeños e habanero chocolate, esta última embebida em azeite e ramos de tomilho.

Os ventos espalham os novos hábitos e então um amigo que iniciou uma produção orgânica lhe presenteia abobrinhas e pêras rústicas. Das pêras faço compotas com baunilha e cardamomo e retribuo a gentileza. E o Chéri volta para casa com uma caixa de caquis e umas quatro berinjelas miúdas e singelas que as crianças do "quarto aninho" plantaram na escola.


E fico toda contente quando alguém do trabalho me traz uma fruta diferente que vem da árvore lá de seu quintal e eu posso oferecer também uma maço de coentro ou delicados pimentões verdes que abundam e envergam os cinco pés que plantamos todos amontoados em um dos nossos canteiros. E com isto vamos aprendendo a planejar a horta, alternar o plantio de raízes, folhas e frutos, adubar sem pressa o solo e vê-lo pipocar de minhocas que garantem um crescimento saudável e repleto de nutrientes para as vindouras culturas.

E por aí vamos aumentando a rede... até que num belo domingo de outono, fora os tomates e cebolas que ainda não cresceram o suficiente para produzir seus frutos, tenho em mãos todos os ingredientes para preparar um refogado rico e aromático e rechear estas belezinhas de pastéis de forno que a tanto tempo intento fazer.

Esta massa é um achado muito fácil de preparar. Serve tanto para pastéis individuais como para uma torta inteira. O recheio pode ser doce ou salgado. Pode ser feita na hora, de véspera ou de antevéspera também. Ou seja, ela é sua amiga e está aí para ajudar. O segredo é deixá-la fininha e na temperatura ideal para abri-la. Na dúvida, deixe gelar um pouco mais.

No resto, é só inventar um recheio com os sabores que lhe agradam e se deliciar com estas pequenas maravilhas. Faça quando tiver tempo e nesses dias mais frescos de outono, pois o calor dificulta o trabalho com a massa.





Pastéizinhos ou tortinhas com recheio de berinjela e queijo brie

Inspirada na receita do blog Give Me Flour

Rendimento: 20 pastéizinhos iguais ao da foto

Ingredientes para a massa:
  • 2 xícaras de farinha de trigo;
  • 140g de manteiga sem sal;
  • 1 c. chá de sal;
  • 1c. chá de alho em pó (não usei);
  • pimenta do reino moída na hora a gosto;
  • 1 ovo batido;
  • 3 c. sopa de creme de leite fresco ou iogurte (usei meu iogurte grego)

Ingredientes para o recheio:
  • 3 berinjelas pequenas;
  • 1 cebola média;
  • 1/2 cabeça de alho;
  • 2 tomates médios;
  • 2 pimentões pequenos (usei verdes pois era o que tinha);
  • 1 punhado de pinoli (opcional);
  • ervas frescas e aromáticas de sua preferência (apanhei da minha horta tomilho, orégano, manjericão, alecrim, louro e cebolinha - praticamente um bouquet garni!); 
  • fatias de queijo (usei brie, mas pode ser de cabra, camembert, gouda, mozzarella...);
  • azeite a gosto;
  • gergelim preto e branco para decorar; 

Preparo da massa:
  1. Junte a farinha, sal e manteiga numa tigela grande. Com a ponta de seus dedos trabalhe a massa, juntando os ingredientes até que lhe pareça uma farofa grossa. Pedaços visíveis de manteiga são benvindos, eles dão textura à massa;
  2. Numa tigela menor, bata o ovo e  o creme de leite ou iogurte, o que estiver usando. Junte aos ingredientes secos.
  3. Novamente com as pontas de seus dedos misture tudo delicadamente, fazendo movimentos circulares e sem sovar a massa;
  4. Continue misturando até a massa se amalgamar e pressione-a com as mãos para formar uma bola. Isto deve acontecer rapidamente (não mais que 5 min), caso contrário, acrescente mais uma colher de iogurte ou creme. Não se preocupe com pedaços visíveis de manteiga ou rastros do iogurte ou creme, é assim que ela deve se apresentar;
  5. Cubra a bola de massa com filme plástico e leve à geladeira para firmar por no mínimo 15 minutos, se o dia estiver quente deixe umas 2h.
Nota: você pode preparar a massa com até um mês de antecedência e deixá-la no freezer. Quando for usá-la retire -a na véspera e deixe na geladeira até o preparo.

Preparo do recheio:
  1. Pré aqueça o forno em 200ºC. lave as berinjelas e leve-as ao forno por uns 45 minutos ou até que a casca esteja enrugada e levemente tostada. Enquanto isto, prepare os outros ingredientes: pique a cebola, o pimentão, o alho e o tomate em cubos médios, lave as folhas e corte o queijo em fatias de 0,3mm, Toste brevemente o pinoli para liberar o aroma;
  2. Retire as berinjelas do forno e corte-as em cubos médios (eu não descasco, mas é questão de gosto);
  3. Numa frigideira de beiradas altas ou numa panela larga aqueça o azeite (utilizei 1 c. sopa) e doure a cebola e em seguida o alho. Adicione as ervas frescas. Acrescente o pimentão, a berinjela e o tomate. Adicione um pouco mais de azeite se necesário. Refogue até os tomates e os pimentões amaciarem;
  4. Acerte o sal e por útimo junte o pinoli;
  5. Retire do fogo e deixe esfriar completamente;

Montagem dos pastéis
  1. Retire a massa da geladeira uns 15 minutos antes de usar; pré aqueça o forno em 170ºC e forre uma assadeira com papel manteiga;
  2. Numa superfície lisa, limpa e enfarinhada, abra a massa em forma de císculo ou retângulo (eu acho mais fácil o círculo) até atingir uma espessura de 3mm. Para evitar que grude, de vez em quando vire o disco de massa do outro lado e enfarinhe a superfície;
  3. Com a ajuda de um cortador ou de algum utensílio redondo de aprox. 12cm de diâmetro (eu utilizei umas forminhas de torta), corte a massa em círculos. Com as sobras forme outra bola de massa e abra-a novamente. Talvez seja necessário levar a geladeira por mais alguns minutos;
  4. No centro de cada círculo de massa coloque 1 colher de sopa do recheio e por cima 1 fatia de brie;
  5. Feche a massa e com os dedos juntes as pontas, apertando bem para evitar que abram enquanto assam;
  6. Transfira-os para a assadeira preparada e pincele cada um deles com um pouco de água. Aqui você pode usar clatra de ovo paraq deixar seus quitutes mais douradinhos, se preferir);
  7. Salpique as sementinhas de gergelim e asse por uns 15 minutos ou até eles dourarem;


segunda-feira, 29 de abril de 2013

Jantarzinho safado de grão de bico, sardinhas, alcaparras e molho de iogurte com tahini







 O mês de abril passou como grãozinhos finos de areia escorrendo pela mão e, antes que acabe com o escore vergonhoso de um único post, trago uma receita safada, quase somente uma idéia... de pouca técnica, inspiração mediana e bons sabores, no entanto!

É uma ótima opção para o jantar, com o bônus da possibilidade de virar almoço na "malmita" do dia seguinte, pois gelado também é uma delícia. A parte difícil é esta: lembrar-se de deixar o grão de bico de molho na água pela manhã. O restante é um rodopio e o jantar está pronto.

Adoro sardinha, aliche e também atum em lata -os três funcionam nesta receita, utilize o que preferir. Mas a graça toda está no molho de iogurte com tahini, este sim indispensável para os ares árabes que você não se arrependerá de imbuir o seu jantar. A minha sugestão é servir com uma salada simples de folhas verdes e um pãozinho pitta.

Como eu já disse, depois que você se lembra de deixar o grão de bico de molho na água pela manhã (um molho de 6h é suficiente para tornar o cozimento do grão mais rápido) o resto é muito simples: Numa panela de barro capixaba (sou fã! todo grão que nela se cozinha resta um gostinho defumado que nem sei explicar...) refogue uma cebola bem picadinha no azeite, junte o grão de bico demolhado (para 4 pessoas utilizei 250g do grão cru), complete com água, um pouco de sal e cozinhe até os grãos ficarem macios, ao seu gosto.

Quando estiver pronto escorra o excesso de água (manter o grão de bico na panela é mais prático) e junte uma lata de sardinhas amassadas com o garfo, 2 colheres de sopa de alcaparras e acerte o sal, se necessário. Misture tudo e sirva com o molho de iogurte que é somente iogurte misturado com tahini, sal e pimenta síria ou do reino moída na hora. Vá acrescentando o tahini aos poucos, até ficar do seu gosto. Um iogurte firme é melhor, por isto utilizei este iogurte grego que eu mesma faço. O tradicional funciona, ficará apenas menos cremoso.  

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Salada crocante de escarola, peras e bacon e o meu ovo de páscoa





Este seria um bom post para o 1º de abril, pois, quem achou que encontraria uma boa receita de ovo de páscoa, bem chocolatudo, caiu, caiu. Meu ovo de páscoa foram na verdade dois, de galinha caipira- bem amarelinhos -cobertos com bacon crocante e coentro fresquinho da minha horta.

Esplêndido!

Mas não apenas deles vou lhes contar... até porque para ovo mexido com bacon frito não há receita, não é mesmo? Vale mesmo é a sugestão: creme de leite fresco ou leite integral à gosto misturado na hora de bater os ovos dá aquela cremosidade dos ovos de café da manhã de hotel. E o coentro fresquinho bem picado é uma variação deliciosa (para quem gosta do tempero, é claro) ao habitual cheiro verde.






O que eu quero mesmo é deixar a receita simplérrima desta salada crocante de escarola e bacon que preparei repetidamente nos três dias de feriado, porque era a verdura da vez na nossa horta e fizemos um trato de consumir apenas aquilo que tínhamos em casa).

Como éramos só nos dois e um pé de escarola, resolvi picar grosseiramente a parte mais crocante e inferior das folhas e o restante picar em finas tiras e refogar com azeite e bacon em cubinhos. Para dar um tchans e também aproveitar as pêras desconhecidas e crocantes que ganhamos de um amigo do Chéri, juntei uma delas à salada, cortadas em não tão finas fatias: brancas,descascadas e crocantes.

E esta mistura de escarola crua e crocante e refogada na salada é um ótimo truque para quem tem apenas uma verdura à mão pois dela derivam duas texturas e sabores distintos ;-)
Servi e comemos assim assim, sem molho ou tempero, pois o sal veio todinho do bacon e o azeite do refogado. Simples e deliciosa, bem como o feriado que passamos em casa, desfrutando do tempo desapressado e de nossas companhias.





sexta-feira, 22 de março de 2013

Couscous marroquino com ervilha, pimentão e cenouras assadas, e também de pepperoni, ervilhas e ovo cozido



Demorei mas finalmente experimentei fazer em casa o couscous marroquino. Foi o jantar mais rápido -e um dos mais aclamados também- que preparei nos últimos tempos e é tão fácil, tão simples... que até fiquei confusa ao ver outro dia no mercado um pacote de couscous semi pronto à venda.

Assim como o arroz arbóreo do risotto e as massas em geral, os graozinhos de semolina do couscous são um excelente veículo para dar cabo aos legumes, verduras e o que mais estiver no limbo de sua geladeira/despensa. 

Nestes dias (que bem sei durarão algum tempo) de poquíssimo tempo para cozinhar -e para qualquer outra coisa-  o couscous revelou-se perfeito. Primeiro foi a vez das ervilhas e cenouras mosqueabundas, dois dias depois o pepperoni, um par de ovos e o restante das ervilhas.

Este segundo couscous ficou ainda melhor que o primeiro. Já conhecendo as texturas e a dinâmica do preparo, ousei apimentar bem o refogado com pimenta calabresa em flocos e páprica em pó e, na finalização, acrescentar ovos cozidos com cuidado para não esfarelarem demais. O meu pequeno adolescente de apetite voraz ficou entusiasmadíssimo e comeu, repetiu... até não sobrar grãozinho para contar história e fotografar. 

Deixo a receita de ambos e a sugestão para que experimentem as infinitas possibilidades que o couscous acomoda :-)


Couscous Marroquino com ervilha, cenoura e pimentão assado

preparo: 25 min.
rendimento: 4 porções


Ingredientes:
  • 1 xíc. de couscous marroquino (cru);
  • 1 e 1/2 xíc. de água;
  • 1 pimentão (usei verde pois era o que tinha);
  • 1 cenoura grande;
  • 1 xíc de ervilhas (usei congeladas);
  • 3 talos de cebolinha;
  • 1 c. sopa de manteiga;
  • sal e azeite a gosto;
Preparo:
  1. Numa assadeira forrada com papel alumínio despeje um fio de azeite e disponha a cenoura e o pimentão cortados em bastonetes (para cozinhar mais rápido), salpique um pouco de sal, cubra com papel alumínio e asse em forno médio-alto por uns 15 minutos, ou o suficiente para amaciarem e tostarem um pouquinho. Reserve;
  2. Ferva a água com um pouco de sal e pique em pequenos cubos os legumes assados;
  3. Numa frigideira com tampa de beiradas altas refogue no azeite as ervilhas, a cebolinha (reserve algumas para a hora de servir), a cenoura e o pimentão;
  4. Despeje o couscous marroquino, dê mais uma refogada rápida (uns 2 minutinhos, só para misturar os sabores) e jogue a água fervente com sal;
  5. Desligue o fogo, tampe a frigideira e aguarde 10 minutos para que a água seja absorvida pelos grãos do couscous;
  6. Remova a tampa, junte a manteiga e misture-a com a ajuda de um garfo, soltando os grãos do couscous. Ajuste o sal se precisar;
  7. Sirva as porções e decore com um pouco da cebolinha que vc reservou. Coma quente ou frio;

Couscous com pepperoni, ervilhas e ovos cozidos
preparo: 15 min.
rendimento: 4 porções



Ingredientes:
  • 1 xíc. de couscous marroquino (cru);
  • 1 e 1/2 xíc. de água;
  • 1 naco generoso de pepperoni cortado em cubinhos(questão de gosto acrescentar maior ou menor quantidade);
  • 2 ovos cozidos e cortados em cubinhos;
  • 1 xíc de ervilhas (usei congeladas);
  • 1 c. sopa de pimenta calabresa em flocos;
  • 1 c. chá de páprica em pó;
  • 1 c. sopa (bem generosa) de manteiga;
  • sal e azeite a gosto;

Preparo:

Faça como a receita anterior, apenas refogando o pepperoni primeiro com os temperos e depois acrescentando as ervilhas;
Misture o couscous e despeje a água como descrito acima e deixe os ovos no final, depois de ter amaciado o couscous com a manteiga e o garfo.