quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Couve de bruxelas com castanhas portuguesas e pancetta e o que temos no verão: Frutas , verduras e legumes de época.




Consumir produtos de época não é apenas uma chatice bio: os alimentos cultivados e colhidos em seu ciclo natural são muito, mas muito mais saborosos. Obviamente que os preços menores e a suposição de que necessitam de menos interferência química e humana no cultivo são grandes e luminosos atrativos para mim.

Mas o sabor é superior! Compare os tomates que você paga os olhos da cara em julho com os que são vendidos agora, em plena estação... mais firmes, suculentos e densos no sabor!

Mas como neste bananão tropical em que vivemos as estações não são marcadas por grandes diferenças de temperatura e paisagem e muitos produtos são cultivados por todo o ano, não dedicamos muita atenção à sazonalidade - sutil, porém existente.

Há apenas poucos anos comecei a prestar atenção e preferir o consumo dos produtos sazonais. E ainda não tem sido tão fácil identificálos. Se você frequenta uma feira de produtos orgânicos ou tem oferta diversificada destes produtos no seu supermercado, tudo bem, dificilmente encontrará morangos em janeiro. Mas no geral é uma loucura: embora a tendência dos produtos de época custarem menos, até hoje me surpreendo quando encontro uma bandeja de morangos  e ainda mais barata do que a de figos no verão.

Por isso consulto sempre a tabela de produtos da época da CEAGESP (dica da Ana Elisa do blog la Cucinetta), mas para incentivar facilitar a vida de quem está a fim de consumir o que tem de mais saboroso no mercado, fiz uma seleção de alguns produtos, sobretudo pensando naqueles que não são produzidos todo o ano, perdem muito no sabor e realmente desaparecem dos mercados  ou são encontrados a preço de ouro fora de sua época.

FIM DA ESTAÇÃO:
  •  ACEROLA;
  •  MANGA;
  • MARMELO;
  • CASTANHA PORTUGUESA;
  • COUVE DE BRUXELAS;
  • ENDÍVIAS
EM ALTA:
  • CARAMBOLA;
  • FRUTA DO CONDE (PINHA);
  • FIGO;
  • GOIABA;
  • PEPINO;
  • TOMATE;
  • JILÓ;
  • QUIABO;
  • PIMENTAS EM GERAL;
INÍCIO DA TEMPORADA:
  • GENGIBRE;
  • CHICÓRIA (ESCAROLA); 


E como estou de muitíssimo bom humor porque ontem cumpri a tarefa mais chata de todos os tempos -comprar material didático e escolar para o filho em livrarias e papelarias repletas crianças desgovernadas e adultos inertes diante da dúvida do modelo do compasso especificado na infindável lista -selecionei ainda algumas receitas dos blogs e sites que frequento, para quem quiser aproveitar, antes que eles sumam até a próxima colheita!

Bolinhos com geléia de acerola da Valentina

Gelado de Figo e balsâmico da Fer

Salada de figo e rúcula, também da Fer porque esta salada eu já fiz e é um espetáculo

Sorvete de goiaba da Ana Elisa que é divino, experiência própria!

Galette de figos da Pat (sim, sou louca por figos e qualquer preferência não é mera coincidência);

Gengibre cristalizados do David Lebovitz (receita em inglês);

Quiabo com gengibre ao vapor da Ana Elisa porque parece deliciosamente simples e inusitada;

Okra Pilau da Elise porque me deu vontade de cozinhar para o jantar! (receita em inglês, mas repleta de imagens para ajudar a compreensão)

Se alguém tiver alguma receita sazonal bacana, fique a vontade para me enviar o link nos comentários!


E foi assim que então me dei conta de que a temporada de couve de bruxelas -que eu adoro- está no fim e este é um daqueles produtos que somem depois da sua estação! E a receita que preparei veio a calhar, pois também combina castanhas portuguesas, outro produto amado que já se encontra nos estertores de sua colheita.

Fiz como acompanhamento para um medalhão de mignon brevemente grelhado com sal e pimenta do reino e foi um sucesso absoluto. As raspinhas de limão siciliano fizeram todo o sentido, equilibrando os sabores mais 'braseados' das castanhas e da couve. Mas eu prefiro o bacon à pancetta e da próxima vez é com eles que vou me divertir!




Couve de Bruxelas com pancetta e castanhas portuguesas
receita do livro "Sabores da Horta: receitas perfeitas para cada estação do ano"

rendimento: 4-6 porções
tempo de preparo: 30min + tempo de cozimento das castanhas


Ingredientes:
  • 400g de couve de bruxelas lavada;
  • 100g de pancetta em cubos;
  • 100g de castanhas portuguesas cozidas, descascadas e picadas;;
  • 1 colher de chá de manteiga
  • 1 c. chá de raspas de limão;
  • sal e pimenta do reino moída na hora;

Preparo:
  1. Numa panela grande cozinhe a couve de bruxelas em água fervente por cerca de 5-7 min, até amaciarem mas sem cozinhar demais -as minhas levaram quase 15 min. Escorra e reserve;
  2. Numa frigideira grande ou wok -*wish list 2013*- derreta a manteiga, junte um fio de azeite para evitar queimá-la e frite a pancetta por 5-7 min, até ficar crocante como bacon;
  3. Adicione a couve de bruxelas, as castanhas e as raspas de limão e deixe refogar por 2 min, apenas para misturar os sabores e aquecer os ingredientes;
  4. Tempere com pimenta do reino, prove e acerte o sal, se necessário, pois a pancetta já é salgada.










terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Arroz doce de coco e manga à la Bocuse

Arroz doce é um favorito aqui de casa e gosto de combiná-lo com variados ingredientes e sabores, do mesmo modo que acontece com o risotto. Desta vez adicionei cubinhos da manga mais doce da temporada e côco fresco ralado, pois foi o meu quitute de boas vindas ao Chéri que retornava da Itália e achei que lhe agradariam sabores frescos e tropicais ;-)

O resultado particularmente nos surpreendeu, a manga geladinha e fresca arrancava sorrisos e suspiros a cada colherada premiada e desde então recebo reiterados pedidos de repeteco da receita!

Sempre preparava com arroz arbóreo, pois prefiro o arroz doce que carrega os grãozinhos mais firmes e com caldo bem cremoso... até que um dia resolvi arriscar o grão comum utilizando o método de cozimento descrito num livro de sobremesas do Paul Bocuse. O resultado foi para lá de satisfatório pois os grãozinhos mantiveram-se inteiros e 'al dente' e com isto consegui pela primeira vez esvaziar o pote de arroz que vem da cesta básica do Chéri e guardar o meu arbóreo para o preparo exclusivo de risotto.

Não segui a receita original do Bocuse porque a minha é mais simples, menos gorda e com menos ingredientes, mas vou deixar aqui registrada, anotando as minhas adaptações.
Arroz Doce de côco e manga
receita minha, utilizando o método Bocuse, descrito em seu livro "Le desserts de Paul Bocuse"

tempo de preapro:10 min + 25-30 de cozimento
rendimento: 6-8 porções


Ingredientes:

  • 400ml de leite integral (usei 500ml)
  • 1 fava de baunilha;
  • 1 pitada de sal;
  • 100g de arroz (equivalente a 1/2 xíc. de arroz comum (usei agulhinha);
  • 3 gemas de ovo (omiti);
  • 1 c. sopa de creme de leite (utilizei 1/4 xíc.);
  • 20g de manteiga  em cubos (omiti);
  • 60g de açúcar (equivalente a 6 c. sopa, utilizei apenas 4 colheres);
  • 1 tira de casca de laranja ou limão (utilizei 1 casca grande limão siciliano sem a parte branca);
  • 1 manga tommy grande cortada em cubos; (minha adição)
  • 1 xíc. de côco fresco ralado; (minha adição)


Preparo:

Preparo do arroz (método 1 do Bocuse)
  1.  Utilize um arroz comum de boa qualidade. lave-o bem, repetidas vezes em abundante água fria até que ele não turve mais a água;
  2. Despeje-o numa panela com água fervente e deixe-o em ebulição por 2 minutos;
  3. Escorra-o e lave-o novamente em água morna (eu lavei em água fria da torneira mesmo) escorra-o bem e reserve (deixe escorrendo enquanto prepara os demais ingredientes);
Preparo do arroz doce:
  1. Numa panela grande (de preferência de fundo grosso para evitar queimar o fundo) despeje o leite, o sal e a fava de baunilha (aberta no sentido longitudinal e com as sementes raspadas com a ponta da faca -veja no final do post  este vídeo de como abrir a fava de baunilha e raspar as sementes, do blog super fofo 'Like a strawberry milk'). Deixe ferver;
  2. Despeje o arroz no leite fervendo e mexa com uma colher de pau. Quando o leite voltar a ferver tampe a panela e leve para cozinhar em forno médio (180ºC) por 35 minutos.Não mexa durante o cozimento. (Eu cozinhei na boca do fogão mesmo, em fogo médio baixo, panela semi tampada, por cerca de 20-24 minutos);
  3.  Se estiver fazendo a receita do Bocuse, retire do forno, adicione o açúcar (segundo Bocuse, o açúcar adicionado no início do preparo interfere na consistencia ideal do cozimento do arroz) deixe esfriar alguns minutinhos e, numa outra panelinha eaquente o creme de leite fresco em fogo baixo, desligue o fogo, misture as gemas e depois incorpore a manteiga, mexendo até derreter. Despeje cuidadosamente na panela do arroz, mexendo com um garfo para não formar grumos.
  4. Agora se estiver fazendo a minha versão, prove o arroz após 15-20 minutos e quando os grãos  estiverem al dente, diminua para fogo baixo, adicione o açúcar e o côco ralado e misture;
  5. Por último, acrescente a manga e cubos, mexa até incorporar, desligue o fogo. Adicione então o creme de leite fresco, apenas se achar que o caldo está muito espesso e até atingir a consistência de sua preferência. Lembre-se que depois de frio o arroz doce resseca, então deixe um pouco mais fluido do que gostaria;

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Quiche de Aspargos para um dia de trégua no calor inclemente




Quando uma amiga me pediu uma boa receita de massa de abrir com rolo fiquei tomada pela idéia, afinal, era um dia de tempo ameno e chuvoso, perfeito para preparar massa sem lambança de manteiga derretida na bancada pelo calor ambiente. Além disto, um ótimo destino para o meu precioso maço de aspargos.

Não acho uma receita trabalhosa e depois da massa pronta e pré-assada, tudo o que você precisa fazer é dispor os ingredientes em camadas, grelhar rapidamente os aspargos e bater ovos e creme de leite fresco em uma tigelinha, com garfo ou fouet.

Mas esclareço que considerando as poucas superfícies de trabalho que tenho na minha cozinha, receita prática é aquela que não se usa batedeira, processador ou outros gadgets que preciso tirar do armário, montar, desmontar, lavar e liberar minha bancada para dar continuidade no preparo.

Neste conceito, é uma receita prática, embora o envolvimento de várias etapas possa significar complexidade e complicação para muita gente, e provavelmente para mim também... em algum outro momento ;-)

 A quiche ficou muito boa: aspargos rijos e crocantes envoltos por um creme macio com gosto discreto de queijo. Comemos um pedaço cada um no jantar e levamos no dia seguinte para nossos respectivos trabalhos, porque fria também é uma delícia.



Quiche de Aspargos

ligeiramente adaptada da receita do recém adquirido "Sabores da Horta -receitas perfeitas para cada estação do ano"

tempo de preparo: 1h (30min para a refrigeração da massa) + 30 min de forno
rendimento: 1 torta redonda de aprox 23cm de diâmetro


Ingredientes:

Para a massa:
  • 175g de farinha de trigo (1 e 1/2 xíc)
  • 45g de banha gelada em cubos; (substitui por manteiga)
  • 45g de manteiga gelada em cubos;
  • 1 pitada de sal;
Para o recheio:
  • 175g de aspargos (utilizei 9 aspargos grossos);
  • 115g de cream cheese (substitui por iogurte grego e, como minha balança etá quebrada utilizei a quantidade suficiente para cobrir generosamente o fundo da torta);
  • 2 c. chá de tomilho picado (fui no meu canteiro e colhi uns 5 raminhos que utilizei inteiros mesmo pq não me incomodo em 'pescar' um galhinho fino no recheio, mas isto é com vc);
  • 85g de cheddar curado em cubinhos (utilizei o queijo bola pq o livro é americano e este cheddar curado não é aquele queijo laranja e pastoso que se vende por aqui. ah! e me confundi nas quantidades e utilizei 185g, ao invés das 85... sorta de quem comeu!);
  • 2 ovos;
  • 150ml de creme de leite (utilizei o fresco);
  • azeite;
  • pimenta do reino moída na hora;
  • sal

Preparo:

  1. Comece pela massa. Em uma tigela ou superfície de trabalho peneire a farinha e o sal. Adicione a manteiga cortada em cubinho e com as pontas dos dedos vá misturando até obter a consistência de uma farofinha;
  2. Adicione as 2 c. sopa de água gelada ou fria e misture. Forme uma bolca com a massa e, se necessário, acrescente mais um pouquinho de água. Mas não exagere. A massa fica esfarelenta sim, mas o suficiente consistente para quando pressionada entre as mãos forme uma bola sem desmanchar. Embrulhe esta bola de massa em papel filme leve a geladeira por no mínimo 30m. 
  3. Pré aqueça o forno em 200ºC.  Retire a massa da geladeira e abra a massa em um círculo um pouco maior do que o fundo da forma numa superfície levemente enfarinhada. Aqui vc pode usar o rolo ou uma garra ou copo de vidro, ou ainda as mãos.
  4.  Não se preocupe se  a massa partir em alguma parte porque é só remendar com um pedacinho de outra parte, apertar com os dedos e pronto: massa auto cicatrizante! Transfira a massa para a forma e aperte-a até cobrir completamente o fundo e as laterais. Forre o fundo com papel manteiga e cubra com feijões (isto impede a formação de bolhas de ar). Asse por 10 min (a receita não especificou então assei na grade do meio do forno);
  5. Retire o papel manteiga e os feijões e asse por mais 5 min. Se perceber que bolhas de ar estão formando abra o forno e faça uns furinhos na massa com a ponta do garfo. Retire a massa do forno, diminua a temperatura para 180ºC e vá comece a preparar o recheio, que é rapidíssimo;
  6. Numa chapa quente (ou frigideira bem aquecida, ou grill elétrico...) grelhe os aspargos (eu costumo retirar uns 2 cm da base dos aspargos, porque é a parte mais dura e fibrosa e guardo para fazer clado de legumes) regados com um fio de azeite, 2 minutos de cada lado, ou o suficiente para amaciá-los por dentro e tostá-los levemente por fora. Reserve.
  7. Espalhe o cream cheese (ou o iogurte grego0 sobre o fundo da massa, salpique o tomilho e um pouco de pimenta do reino;
  8. Agora espalhe os cubinhos de cheddar curado ou o queijo que escolher (pense em um que derreta bem e não seja muito forte, pois vc não quer mascarar o sabor suave e sublime dos aspargos!);
  9. Ajeite os aspargos por entre os cubinhos de queijo, deixando as pontas curvadas para cima, para um efeito visual mais irresistível;
  10. Bata numa tigela (com um garfo ou fouet) os ovos, o creme de leite fresco, o sal e a pimenta.  Regue sobre a torta;
  11. Leve ao forno por 30 min ou até dourar e firmar. Sirva quente ou fria.



quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Torta de mirtilos à l' américaine



Fiz esta receita para estrear minha última aquisição "literária," e também para dar cabo ao meio pacote de mirtilos congelados que habitava meu freezer - a um tempo bem maior do que o permitido nas melhores famílias, suponho. Seu preparo me pareceu bem simples, além de rápido, o que de fato se comprovou: apenas duas tigelas, tudo batido e misturado à mão, uma praticidade só.

Levamos a torta para a casa dos amigos queridos que nos convidaram para passar a tarde à beira da piscina e o quitute agradou tanto aos adultos quanto às duas princesinhas que finamente nos serviram chá, enquanto comentavam entre si que na "américa" são comuns as tortas assim, invertidas :-)

Só faço duas observações sobre a receita: acredite na massa! Ela fica bem espessa e grudenta, mas depois de assada parace uma nuvem de tão fofa. E deixe os espaços entre as frutas, conforme indicado.Acho que resultará num visual mais guloso-apetitoso, com as frutinhas se exibindo por entre os flocos da massa. Eu não entendi direito a proposta (receita sem foto, humpf.) e resolvi juntar todas as colheradas de massa enquanto as pressionava com a ponta dos dedos. É claro que não alterou o sabor, mas teria ficado mais legal com pontilhados de frutas na superfície.



Torta de mirtilos

tempo de preparo: 20min + 30min. de forno
rendimento: 1 torta rasa de aprox. 25 cm de diâmetro (igual a da foto), que serve 6 porções.



Ingredientes:

  • 450g de mirtilos;
  • 2 pêssegos grandes ou 2 maças fatiadas (utilizei 4 pêssegos pequeninos sem casca);
  • raspas de meio limão (usei o siciliano);
  • 2 c. sopa de açúcar;
Massa:
  • 225g de farinha de trigo;
  • 2 c. chá de fermento químico em pó;
  • 75g de açúcar + 1c. sopa para decorar (usei açúcar cristal e esqueci da  c. sopa para decorar);
  • 75g de manteiga gelada em cubos;
  • 1 ovo;
  • 100ml de iogurte natural;
  • 1 pitada de sal;
  • 1 punhado de amêndoas em lâminas (usei pinoli porque estou podendo fazer esta bossa, rsrsrsrs, tenho um bom estoque);

Preparo:
  1. Preaqueça o forno a 190ºC. Espalhe os mirtilos e os pêssegos num refratário raso e salpique por cima as raspas de limão e o açúcar;
  2. Numa tigela grande, junte a farinha, fermento, sal e açúcar. Adicione a manteiga em cubinhos e com as pontas dos dedos trabalhe a massa até obter a consistência de uma farofa;
  3. Numa tigela menor despeje o iogurte, o ovo e bata bem com um garfo;
  4. Adicione esta mistura aos ingredientes secos e misture até formar uma massa bem espessa e grudenta;
  5. Disponha em colheradas a massa sobre as frutas, deixando um pequeno espaço entre elas. Finalize pressionando tudo com a ponta dos dedos e salpique as amêndoas ou a noz/semente de sua preferência;
  6. Asse por 30 min ou até a massa dourar e as frutas bobulharem. Se dourar muito rápido cubra com papel alumínio (comigo não foi necessário). Faça o teste do palito para verificar se a torta está pronta;
  7. Deixe esfriar alguns minutos antes de servir. Ah! e não se esqueça de salpicar a colher de sopa de açúcar na hora de servir, para decorar!

domingo, 13 de janeiro de 2013

Pesto alla Genovese e as delícias da Itália



O Chéri chegou da Itália com uma mala de coisinhas delícias e muitas histórias para compartilhar. Em meio aos vinhos regionais, nuts sortidas, massas artesanais, arroz arbório de prima qualidade, moedor de café e pimenta, livros de receitas e queijos fenomenais, me encantaram os biscoitinhos "amaretti' da padaria que ele  frequentava na cidadezinha em que estudou, o panforte sienese que eu tanto queria provar, a mostarda cremonese para rechear os vindouros tortelli di zucca que amamos, o melhor torrone do universo, coberto com chocolate e rum e o nacão de pecorino sardo que ele trouxe especialmente para o preparo do pesto alla genovese, tal qual indicado na receita original que aprendeu por lá.  




Talvez seja difícil encontrar o pecorino sardo por aqui (ou não, confesso que nunca o procurei) e isto não é razão para deixar de preparar o pesto. É claro que o pecorino sardo, que é mais forte, curado e picante do que o parmegiano reggiano, faz-se sentir no pesto pronto, pois o sabor apimentado que bate lá no fundo da língua prolonga o gosto na boca, mas o que achei mais interessante foi prepará-lo todo no pilão, que inclusive é o que dá o nome a receita: pilão é pestello em italiano. Isto sim faz toda a diferença! 

Claro que já preparei o pesto com amêndoas, nozes, semente de girassol e até pinhão cozido, pois comprar pinoli aqui no Brasil é luxo. Mas que é muuuuito mais gosto com pinoli isto é, não se pode negar. A boa notícia é que, diferente do modo que eu preparava antes, utilizando meia xícara de outra semente ou noz, nesta receita tradicional, usa-se apenas 2 colheres de sopa de pinoli, o que me encoraja a comprar ricas 50g para um futuro preparo, quando a meu estoque importado e comprado a preço de banana nanica acabar.

Sirva o pesto com penne ou outra massa curta, de preferência com ranhuras, pois nelas o pesto penetra e se fixa perfeitamente. Ou utilize-o no, lugar de outro tempero, por exemplo, como base para uma pizza, ao invés do molho de tomates, em recheio de sanduíches, omeletes, por cima de um peixe assado ou grelhado... infinitas possibilidades de diversão e prazer. ;-)


Pesto alla Genovese 

tempo de preparo: 15 min.
Rendimento: 1 xícara (o suficiente para servir uma massa para 4 pessoas, sem repeteco!) 

Ingredientes:

  • 1 maço grande de manjericão fresco (mais fiel aquele italiano de folhas bem largas);
  • 1 xícara de azeite de boa qualidade, pois se fará sentir o sabor;
  • 2 colheres de sopa de pinoli;
  • 1-2 dentes de alho, de acordo com o seu gosto;
  • 2 colheres de parmigiano romano;
  • 1 colher de pecorino sardo;
  • 1 pitada de sal.
Preparo:

1. Coloque o dente de alho, o pinoli, o sal e as folhas de manjericão na cumbuca e vá pilando conforme acrescenta o azeite, até que os ingredientes formem um composto homogêneo;

2. Junte o pecorino sardo e o parmigiano, misture tudo e está pronto para servir temperando a massa, ou no prato que preferir.




terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Sabayon de Reveillon, enfim 2013!



Meu Deus! Não aguento mais entrar no blog e ver aquele post igual e imutável por quase um mês do tabule 'diferente'! Mas estava difícil priorizar 20 minutos do meu tempo para escrever um dos poucos quitutes que preparei neste intervalo... viagenzinha de fim de ano, volta do Chéri, mudanças no trabalho, calor infernal e... lá se foram todas as desculpas  razões ;-)

Assim, meus caros, a receita era para ser publicada depois do Natal, com votos de feliz ano novo e coisa e tal... mas por um  golpe inesperado de misericórdia consegui uns diazinhos de folga no trabalho e escapei por uns dias da minha cozinha, da internet e da produção de quitutes festivos que tanto imaginei compartilhar aqui.

Entretanto, de acordo com o meu plano de um cardápio natalino bem refrescante, a única coisa que de fato preparei para o almoço do dia 25 que, neste ano, era só eu e o Chéri à margem de todo e qualquer compromisso e visitas familiares, foi  o pudim de figos frescos da minha avó que servi com sabayon, ao invés da calda de leite condensado de costume. Muito mais elegante, o sabayon!

Zabaglione no italiano de origem, o sabor marcante do vinho marsala neste creme suave e aerado elevou o pudim de figos frescos (que nada mais é do que figos partidos ao meio encaixados e pressionados numa forma bundt preparada na véspera) a uma sobremesa de sabores mediterrâneos de certa complexidade, preservando todo o frescor da fruta.



Foi a primeira vez que preparamos o sabayon, nunca o provei fora de casa, mas acho que acertamos na mosca. Ficou uma delícia e com as mesmas características descritas no recomendadíssimo "Eggs" do Michel Roux, de onde veio a receita.

O creme é composto de apenas três ingredientes: gema de ovo, açúcar e o "perfume" que escolher. O clássico é com vinho marsala, mas também pode ser feito com um espumante ou qualquer outro vinho doce, seco ou licoroso. Geralmente é servido em taças sobre frutas frescas, como morango, framboesa e outras berries, mas cairia bem por cima de um bolo de chocolate bem úmido ou ainda por cima de um sorvete de frutas.

O preparo é rapidíssimo ( se tiver convidados não se incomode em levar 15 minutos para prepará-lo porque valerá cada segundo) e é importante servi-lo imediatamente, ainda morninho, porque após um tempo (tipo 30, 40 min) a espuma desmonta e o vinho decanta no fundo. Pelo menos esta foi a minha experiência: cobri o pudim de figos com o sabayon, servi mais um pouco em nossos pratos (miaaaaaam) e o que restou na jarra decantou.

Sabayon Clássico

receita do livro "Eggs" do Michel Roux
tempo de preparo: 15min.
rendimento; 2 xícaras, aproximadamente

Ingredientes:

1/3 xíc. de Vinho Marsala (ou qualquer outro vinho doce ou espumante de sua preferência);
3 gemas de ovo;
1/4 xíc. de açucar refinado;

Preparo:

1. Para não cozinhar rapidamente as gemas e seu sabayon virar ovo mexido, você deverá prepará-lo sobre uma panela com água fervente. Então, escolha uma panela de boca menor do que a tigela que utilizará para bater os ingredientes e encha metade dela com água (o funda da tigela não deve encostar na água). Leve ao fogo e deixe ferver;

2. Abaixe o fogo e deixe nesta fervura branda durante o preparo do sabayon. Despeje o vinho e as gemas na tigela e bata com um fouet;

3. Sem parar de bater, adicione aos poucos e constantemente o açúcar. Continue batendo com o fouet e o creme irá engrossar gradualmente. Controle a temperatura da água para que ela aumente moderada e constantemente;

4. Após 8-10 minutos, o creme estará espesso e em ponto de fita (ribbon consistency) que é quando ao levantar o fouet e chacoalhá-lo levemente, o creme cairá deixando rastros em forma de fita, antes de se mesclar ao restante da tigela. é necessário mexer constantemente com o fouet. quando atingir esta consistência o creme estará pronto;

5. Retire do fogo e sirva imediatamente do modo que preferir.